Débora da Silva Ribeiro, Daiane Maris Vicenthis, Rodrigo Luiz Oliveira, Jorge Marcos da Rosa, Ulyssis Trega Frangione, Juliana Carla Caetano
Apresentação do livro:
Prática de Morfossintaxe - Como e por que aprender análise ( morfo) sintática
Inez
Sautchuk
A
obra Prática de Morfossintaxe – 2ª edição propõe um trabalho metodológico
acessível e elucidativo quanto à importância do conhecimento da língua e a
sustentação do pensamento.
O
que é Morfossintaxe
Morfossintaxe
é o estudo da relação de uma palavra e sua função sintática na oração, isto é, e o estudo da apreciação conjunta
da classificação
morfológica e da função sintática das palavras nas orações. Trata
de classe das palavras, emprego de pronomes, relação entre as palavras,
concordância verbal e nominal, oração e período, termos da oração,
classificação de orações, vozes do verbo e colocação de pronome.
A morfologia refere-se à classe gramatical de uma palavra
(nome, adjetivo, artigo, pronome, quantificador, advérbio, preposição,
conjunção, interjeição). A sintaxe refere-se
à função sintática dessas
palavras, isto é, a função que exercem na oração.
Ao
analisar uma oração (análise morfossintática), considera-se a relação entre a
classe gramatical de uma palavra e sua função sintática. A MORFOSSINTAXE,
portanto, nada mais é do que a junção de uma análise morfológica com uma
análise sintática.
Os
estudos gramaticais
O objetivo da Gramática é orientar e
regular o uso da língua, estabelecendo um padrão de escrita e de fala baseado
em diversos critérios.
A Gramática possui um sistema de
normas que definem a língua padrão, também chamada língua culta ou norma culta.
Essas normas dão a estrutura à língua. Assim, para falar e escrever
corretamente, é preciso estudar a Gramática.
Tipos de Gramática
Gramática Normativa
- busca a padronização da língua, estabelecendo as normas do falar e escrever corretamente.
Costuma ser utilizada em sala de aula e em livros
didáticos.
Gramática Descritiva
- ocupa-se da descrição dos fatos da língua, com o objetivo de investigá-los e
não de estabelecer o que é certo ou errado. Enfatiza o uso oral da língua e suas variações.
Gramática Histórica - estuda
a origem e a evolução histórica de uma língua.
Gramática Comparativa - dedica-se
ao estudo comparado de uma família de línguas. O Português, por exemplo, faz
parte da Gramática Comparativa das línguas românicas.
Divisão da
Gramática
A língua é um sistema tríplice. Compreende
um sistema de formas (mórfico), um sistema de frases (sintático) e um sistema
de sons (fônico). Por essa razão, a Gramática tradicionalmente divide-se em:
Morfologia - abrange o sistema mórfico.
Sintaxe - enfoca o sistema sintático.
Fonologia/Fonética - focaliza o sistema fônico.
Semântica –
que se ocupa dos significados dos componentes de uma língua.
A Morfologia é o estudo da
palavra e sua função na nossa língua. Na língua portuguesa, as palavras
dividem-se nas seguintes categorias:
Substantivo
· Comum - é aquele que indica um nome comum a todos
os seres da mesma espécie.
· Coletivos - entre os substantivos comuns encontram-se
os coletivos, que, embora no singular, indicam uma multiplicidade de seres da
mesma espécie
· Próprio - é aquele que particulariza um ser da
espécie.
· Concreto - é aquele que indica seres reais ou
imaginários, de existência independente de outros seres.
· Abstrato - é aquele que indica seres dependentes de
outros seres.
Artigo
Antepõe-se ao substantivo para determiná-lo. O
artigo se classifica de acordo com a idéia que atribui ao ser em relação a
outros da mesma espécie.
Definido - é aquele usado para determinar o substantivo de forma definida: o, as, os, as.
Indefinido - é aquele usado para determinar o substantivo de forma indefinida: um, uma, uns, umas.
Definido - é aquele usado para determinar o substantivo de forma definida: o, as, os, as.
Indefinido - é aquele usado para determinar o substantivo de forma indefinida: um, uma, uns, umas.
Adjetivo tem como função
caracterizar o substantivo.
Como o substantivo, o adjetivo pode ser:
· Primitivo - é
aquele que não deriva de outra palavra.
· Derivado - é
aquele que deriva de outra palavra (geralmente de substantivos ou verbos).
· Simples - é
aquele formado de apenas um radical.
· Composto - é
aquele formado com mais de um radical.
Para
caracterizar o substantivo, no lugar de um adjetivo pode aparecer uma locução
adjetiva, ou seja, uma expressão formada com mais de uma palavra e com valor de
adjetivo.
Numeral
refere ao substantivo dando a ideia de número.
O numeral pode ser:
· Cardinal - Indica uma quantidade determinada de
seres.
· Ordinal - Indica a ordem (posição) que o ser ocupa
numa série.
· Multiplicativo - Expressa a ideia de multiplicação,
indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada.
· Fracionário - Expressa a ideia de divisão,
indicando em quantas partes a quantidade foi dividida.
Pronome
Palavra que substitui ou acompanha um substantivo,
relacionando-o à pessoa do discurso.
As pessoas do discurso são três:
As pessoas do discurso são três:
Primeira
pessoa - a pessoa que fala.
Segunda
pessoa - a pessoa com quem se fala.
Terceira
pessoa - a pessoa de quem se fala.
Há seis tipos de pronomes:
Pronomes pessoais: Substituem
os substantivos, indicando as pessoas do discurso. São eles: retos, oblíquos e
de tratamento.
Pronomes possessivos: São
palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída).
Pronomes
Demonstrativos: São palavras que indicam, no espaço ou no tempo, a posição
de um ser em relação às pessoas do discurso.
Pronomes indefinidos: Referem-se
à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago ou expressando quantidade
indeterminada.
Pronomes interrogativos: São
usados na formulação de perguntas diretas ou indiretas. Assim como os
indefinidos, referem-se a Terceira Pessoa do Discurso.
Pronomes relativos: São
pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e
com os quais se relacionam.
Quando se pratica uma ação, a palavra que
representa essa ação, indicando o momento que ela ocorre, é o verbo. Uma ação
ocorrida num determinado tempo também pode constituir-se num fenômeno da
natureza expresso por um verbo.
Verbo é a palavra que expressa ação, estado e fenômeno da natureza situados no tempo.
Verbo é a palavra que expressa ação, estado e fenômeno da natureza situados no tempo.
Na língua portuguesa, três vogais antecedem o “r”
na formação do infinitivo: a-e-i. Essas vogais caracterizam a conjugação do
verbo. Os verbos estão agrupados, então, em três conjugações: a primeira conjugação
(terminados em ar), a segunda conjugação (terminados em er) e a terceira conjugação
(terminados em ir).
Verbo
constituído, basicamente, de duas partes:
radical e terminações.
As terminações do verbo variam para indicar a pessoa, o número, o tempo, o modo. Possuem três modos verbais: Indicativo (fato certo), Subjuntivo (fato duvidoso), Imperativo (ordem).
As terminações do verbo variam para indicar a pessoa, o número, o tempo, o modo. Possuem três modos verbais: Indicativo (fato certo), Subjuntivo (fato duvidoso), Imperativo (ordem).
No verbo encontra-se 3
(três) vozes verbais que apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao
sujeito.
Ativa - o sujeito é o agente da ação, ou seja, é
ele quem pratica a ação.
· Passiva - o sujeito é paciente, isto é, sofre a
ação expressa pelo verbo.
· Reflexiva - o sujeito é ao mesmo tempo agente e
paciente da ação verbal, isto é, pratica e sofre a ação expressa pelo verbo
Adverbio
é a palavra que indica as circunstâncias
em que ocorre a ação verbal. De acordo com as circunstâncias que exprime, o
advérbio pode ser de:
·
Tempo (ontem, hoje, logo, antes, depois)
·
Lugar (aqui, ali, acolá, atrás, além)
·
Modo (bem, mal, depressa, assim, devagar)
·
Afirmação (sim, deveras, certamente, realmente)
·
Negação (não, absolutamente, tampouco)
·
Dúvida (talvez, quiçá, porventura, provavelmente)
·
Intensidade (muito,
pouco, mais, bastante)
A locução adverbial é um conjunto de duas ou mais
palavras com valor de advérbio.
Advérbios interrogativos podem aparecer tanto nas
interrogativas diretas quanto nas indiretas.
São advérbios interrogativos: quando (de tempo), como
(de modo), onde (de lugar), por que (causa).
Há palavras que, na frase, são usadas como
elementos de ligação: uma delas é a preposição.
Preposição é a palavra invariável que liga dois termos.
Nessa ligação entre os dois termos, cria-se uma relação de subordinação em que o segundo termo se subordina ao primeiro.
Preposição é a palavra invariável que liga dois termos.
Nessa ligação entre os dois termos, cria-se uma relação de subordinação em que o segundo termo se subordina ao primeiro.
A Locução
Prepositiva é o
conjunto de duas ou mais palavras com valor de uma preposição.
Além da preposição, há outra palavra que, na frase,
é usada como elemento de ligação: a conjunção - que liga duas orações ou dois
termos semelhantes de uma mesma oração, podendo ser coordenativas e subordinativas.
As palavras que expressam surpresa, alegria, aplauso,
emoções denominam-se interjeições - procura expressar, de modo vivo, um
sentimento.
Interjeição
classificam-se segundo as emoções ou sentimentos que exprimem:
·
Aclamação: Viva!
·
Advertência: Atenção!
·
Agradecimento: Grato!
·
Afugentamento: Arreda!
·
Alegria: Ah!
·
Animação: Coragem!
·
Pena: Oh!
A analise de duas ou mais palavras com valor de
interjeição dá-se pela locução interjetiva.
O estudo da sintaxe
Sintaxe estuda as regras que regem a
construção de frases nas línguas naturais. Sua função é estudar a disposição das
palavras na frase e das frases no discurso,
incluindo a sua relação lógica, entre as múltiplas combinações possíveis para
transmitir um significado completo e compreensível.
Estudo dos termos da oração
A análise sintática pode ser dividida em dois estudos:
Análise do período simples — constituída de uma oração, estuda
termos e suas relações em uma oração. O período
simples é aquele que contém apenas uma oração.
Sua estrutura básica é ter um sujeito e um predicado, ou ao menos um predicado já que existem orações sem sujeito.
Mas outros termos ainda podem estar ligados a essa oração. Por exemplo, o adjunto adnominal, o predicativo, o aposto, o complemento nominal, o objeto direto, indireto, o adjunto adverbial e o agente da voz passiva.
Sua estrutura básica é ter um sujeito e um predicado, ou ao menos um predicado já que existem orações sem sujeito.
Mas outros termos ainda podem estar ligados a essa oração. Por exemplo, o adjunto adnominal, o predicativo, o aposto, o complemento nominal, o objeto direto, indireto, o adjunto adverbial e o agente da voz passiva.
Análise do período composto — constituída de mais de uma oração,
estuda a relação entre orações. No período
composto estuda-se a combinação de orações que pode se dar por subordinação ou
coordenação.
Nas subordinação as orações são ligadas uma a outra. Essa ligação é feita por meio das conhecidas conjunções. Fazendo existir uma subordinada que é dependente de uma principal.
Na coordenadas, as orações são independentes entre sí, porém podem-se usar também as conjunções que nesse caso recebem o nome de orações coordenadas sindéticas.
Nas subordinação as orações são ligadas uma a outra. Essa ligação é feita por meio das conhecidas conjunções. Fazendo existir uma subordinada que é dependente de uma principal.
Na coordenadas, as orações são independentes entre sí, porém podem-se usar também as conjunções que nesse caso recebem o nome de orações coordenadas sindéticas.
A análise sintática interna examina a estrutura de um período que pode ser dividido em orações e determina a função
sintática dos termos
de cada oração
Todo enunciado capaz de transmitir tudo que pensamos a quem nos ouve é chamado de frase.
Todo enunciado capaz de transmitir tudo que pensamos a quem nos ouve é chamado de frase.
As orações são
frases que apresentam sujeito e predicado ou apenas predicado:
Período é um
enunciado composto de uma ou mais orações. Pode ser simples (apenas uma oração) ou composto (mais de uma oração). De uma forma
prática, cada oração é organizada em torno de um verbo.
O sujeito é constituído
de um nome, pronome ou qualquer termo substantivado. O sujeito possui um núcleo que é o nome ou pronome e ao redor
dele podem aparecer palavras secundárias como artigos e adjetivos:
Indeterminado
Quando não se
indica o agente da ação verbal.
Pode-se
apresentar de três formas:
Usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural.
Usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural.
Usando-se o
verbo na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se, que neste caso
passa a ser índice de indeterminação do sujeito.
passa a ser índice de indeterminação do sujeito.
Usando-se o verbo no infinitivo impessoal.
As orações sem sujeito são constituídas com verbos
impessoais. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser. São verbos impessoais:
Haver no sentido de existir, ocorrer, acontecer.
Haver no sentido de existir, ocorrer, acontecer.
Fazer, passar, ser e estar com referência ao tempo.
Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos.
O núcleo de um
predicado nominal é um nome (substantivo, adjetivo, pronome). É ligado ao sujeito
por um verbo de ligação. Já, no predicado verbal, o núcleo é um verbo seguido
ou não de complemento ou termos acessórios. Classifica-se
em:
em:
·
Intransitivo
O verbo não precisa
de complemento.
·
Transitivo direto
O verbo
precisa de complemento que é ligado a ele de forma direta, ou seja, sem o
auxílio de preposição. Este complemento chama-se objeto direto.
·
Transitivo indireto
O verbo
precisa de complemento que é ligado a ele de forma indireta, ou seja, com o
auxílio de preposição. Este complemento chama-se objeto indireto.
·
Transitivo direto e indireto
O verbo
necessita dos dois complementos: o direto e o indireto.
O predicado
verbo-nominal possui dois núcleos significativos: um verbo e um nome. Formado
por um verbo transitivo ou
intransitivo e um predicativo do sujeito ou do objeto.
intransitivo e um predicativo do sujeito ou do objeto.
Predicativo do
sujeito exprime um atributo, qualidade, estado ou modo de ser do sujeito, ao
qual se prende por um verbo de ligação, que está presente no predicado nominal e no verbo-nominal.
E o
predicativo do objeto é o termo que se refere ao objeto de um verbo transitivo.
O objeto
direto é o complemento de verbos transitivos diretos. Este complemento,
normalmente, vem ligado ao verbo sem auxílio de preposição. Por outro lado, o
objeto indireto complementa verbos transitivos indiretos. Esse complemento vem ligado
ao verbo por meio de preposição.
Denominado
complemento nominal, este é o complemento de nomes (substantivos, adjetivos e
advérbios) sempre regido de preposição, reclamado pela sua significação
transitiva incompleta. Representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome.
A diferença
entre o complemento nominal e o objeto indireto é que este complementa verbos e
aquele é complementa nomes.
O agente da
passiva representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo passivo.
Geralmente, vem acompanhado pela preposição “por”.
O termo de
valor adjetivo – adjunto adnominal - serve para especificar ou delimitar o
significado de um substantivo. Pode ser expresso: pelos adjetivos; pelos artigos; pelos pronomes
adjetivos; pelos numerais; e, pelas locuções adjetivas.
Exprimir uma
circunstância (de tempo, lugar, modo, etc.) é função do adjunto adverbial.
Aposto é uma palavra ou expressão que explica
ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração.
O aposto não
pode ser formado por adjetivos. Nestes casos, tem-se um predicativo.
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às
ondas.
E por último e
não menos importante temos o vocativo, que é um termo usado para chamar alguém
ou alguma coisa. O vocativo é um termo à parte. Não pertence à estrutura da
oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.
Período Composto - Orações coordenadas e subordinadas
Introdução
O respectivo trabalho teve
como base as seguintes gramáticas:
CEGALLA, Domingos Paschoal.
Novíssima gramática da Língua Portuguesa. 48ª. Ed. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 2008.
KOCH, Ingedore Villaça;
VILELA, Mário. Gramática da Língua Portuguesa. Ed. Almedina, 2007.
NUNO, Henrique. Português
Descomplicado. 3ª.Ed. rev.e atual. Rio de Janeiro: Ed.
Ferreira, 2013.
SAUTCHUCK, Inez. Prática
de Morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo) sintática. 2ª Ed. São
Paulo: Ed. Manole, 2010.
A combinação de duas ou
mais frases parciais (frases elementares) dá origem a uma frase composta. Sendo
frases descrições de estados de coisa, as relações entre estados de coisas
encontram a sua expressão lingüística nas relações entre frases únicas e frases
parciais. Trata-se aqui essencialmente de ligações ou encaixamentos de
estrutura frásica. Segundo o critério sintático, temos a ligação coordenativa e
subordinativa.
Para a formação do período
composto, podemos usar dois processos sintáticos: a coordenação e a
subordinação
Orações
coordenadas
As orações se sucedem igualitariamente, sem
que umas dependam sintaticamente da outras.
As
orações coordenadas, quanto à ligação
entre si, podem ser:
· Assindéticas (ou justapostas) – aquelas que não vêm
introduzidas por conjunção:
Trabalhei,
/ estudei, / brinquei.
Observação:
As orações coordenadas assindéticas separam-se por
vírgulas, ponto e vírgula, ou dois pontos.
|
· Sindética (ou conectivas) - aquelas que são
introduzidas por conjunções coordenativas.
O homem cantou (assindética) /
e dançou (sindética).
Entrou (assindética) /
e sentou-se (sindética), / mas não
falou com ninguém! (sindética)
Classificação
das orações coordenadas sindéticas
01. Aditiva – (Expressa adição, sequência de fatos
ou de pensamentos): e, nem, não só... mas
também etc.
A
doença vem a cavalo e volta a pé.
Os
livros não somente instruem, mas também
discutem.
Observação:
Usa-se e
antes de nem só em dois casos:
primeiro, se a ênfase o exigir: “Não queremos e nem podemos entrar no exame de tamanha complexidade.” (João
Ribeiro). Segundo, nas expressões e nem
sequer, e nem por isso, e nem assim, e nem sempre:
Recebeu a
esmola e nem sequer agradeceu.
|
02. Adversativas – (Exprimem contrastes, oposição,
ressalva): mas, porem, todavia etc.
“É dura
a vida, mas aceitam-na”. (Cecília
Meireles)
O mar é
generoso, porém às vezes torna-se cruel.
03. Alternativas – (Exprimem alternância, escolha): ou, ou...ou, quer...quer, etc.
Ou
Raomi estuda / ou trabalha.
“A louca ora o acariciava, ora o rasgava
freneticamente” (Luis jardim)
04. Conclusivas – (Expressam conclusão, dedução,
consequências): logo, portanto, pois (após
o verbo), por isso etc.
Vives
mentindo; logo, não mereces fé.
Ele é
teu pai. Respeita- lhe, pois, a vontade.
Explicativa: (Exprimem explicação, motivo, razão): que, pois (antes do verbo), porquanto,
porque etc.
O
cavalo estava cansado, pois arfava muito.
Não
mintas, porque é pior para ti.
Ninguém
podia queixar-se, porquanto eu estava
cumprindo o meu dever.
Observação:
As orações
coordenadas explicativas não devem ser confundidas com as subordinadas
adverbiais causais: estas exprimem a causa de um fato, aquelas dão o motivo à
explicação da declaração anterior.
Nota-se também
que há pausa (vírgula na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e
que esta é muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a oração
adverbial causal.
Entre, pois é tarde!
|
Orações Subordinadas
Nos casos da combinação subordinativa (hipotaxe)
existem entre frases parciais de uma frase composta, relações sintáticas de
dependência. Todas as frases dependentes são chamadas de frases subordinadas e
a frase dominante é a subordinante.
·
Orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas
são introduzidas pelas conjunções integrantes que e se. Exercem funções sintáticas próprias do
substantivo, completando o sentido da oração principal.
Método prático para reconhecer e
classificar uma oração substantiva.
Substituí-la por um substantivo equivalente
ou pronome: ISSO; em seguida, colocar os termos da oração na ordem direta.
É importante que me ajudes. (= Tua ajuda
(isso) é importante).
|
Observação
As orações
substantivas também podem vir introduzidas por pronome e advérbio
interrogativos.
Não sei
quem (por que, onde, quando, como, quanto) trabalhou.
|
Classificação das orações substantivas.
Subjetivas
- Funcionam como
sujeito do verbo da oração principal.
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é necessária)
Parece que a situação melhorou.
É fundamental que participes.
(Para achar o sujeito, pergunta-se: O
que é fundamental? Resposta: que participes/tua participação/ ISSO.)
Observação
Na oração subjetiva; o verbo da oração
principal está sempre na 3° pessoa do singular e não admite ser perdido de
pronome (ele).
É bom que
mostremos o trabalho. (Não poderíamos dizer: “Ele é bom que mostremos
o trabalho.”)
|
Objetiva direta - Funcionam como objeto direto do
verbo da oração principal.
Veja
que hora são.
Perguntei-lhe
quando ia casar.
Bem
sabes quão desagradáveis são essas
coisas.
O
freguês perguntou quanto custava aquele
relógio.
As orações substantivas objetivas
diretas desenvolvidas são iniciadas:
a) pelas conjunções integrantes que (às vezes elíptica) e se;
b) pelos pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regido de preposição), nas
interrogações indiretas;
c) pelos advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de
preposição), nas interrogações indiretas.
|
Objetiva indireta - Funcionam como objeto indireto.
Não
me oponho a que você viaje. [=
Não me oponho à sua viagem]
Observações
As orações
objetivas indiretas são regidas de preposição.
É frequente
a elipse (omissão) da preposição:
“Esqueceu-se
que tenho cinquenta anos?” (Camilo
Castelo Branco),
Esqueceu-se
de que tenho cinquenta anos?
|
Predicativas
- Correspondem ao
predicativo da oração principal:
Seu receio era que chovesse. [seu receio era a chuva]
Não sou quem você pensa.
Observação
Em certos
casos, são realçadas uma preposição expletiva de:
“A
expectativa é de que a safra agrícola
aumente.”
A oração
predicativa vem sempre depois de um verbo de ligação (ser, estar, ficar, etc.).
|
Completivas
Nominais - Têm a
função de complemento nominal de um substantivo ou adjetivo da oração
principal:
Sê grato a quem te ensina.
Estava ansioso por que voltasses.
Observação
As completivas nominais são regidas de preposição,
à qual em certos casos podem ser omitida, como neste exemplo: “Zé Grande tinha a impressão que estava
voltando a ser criança.” (Haroldo Bruno).
|
Apositivas
- Correspondem ao
aposto de um nome em uma oração principal.
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. [só desejo uma coisa: a sua felicidade.]
Só lhe peço isto: honre nosso nome.
·
Orações
com função de agente da passiva:
O quadro foi comprado por quem o fez [= pelo seu ator].
A
NGB não faz referência a este tipo de oração substantiva.
As orações subordinadas substantivas podem
estar coordenadas.
“Parece que
a paisagem tem vida e se ajoelha a rezar” (Olegário Mariano). [e se ajoelha = e que se ajoelha].
·
Orações subordinadas adjetivas
As orações subordinadas
adjetivas exercem a função de adjunto
adnominal (equivalem a um adjetivo). São introduzidas por um pronome
relativo (que, cujo, o qual, quem, etc.).
O homem que se esforça atinge seus objetivos (=
O homem esforçado [= esforçado = adjetivo]
atinge seus objetivos.).
Orações subordinadas adjetivas
explicativas - Explicam
ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, atribuindo-lhe uma
qualidade que é inerente ou acrescentando-lhe uma informação; podem ser
retiradas do texto sem que prejudiquem o sentido da oração. Vêm obrigatoriamente separadas por vírgula.
Deus, que é nosso pai, nos salvará.
Os
homens, que são mortais, falham. (Todos
os homens são mortais, por isso a oração destacada pode ser suprimida).
Orações subordinadas adjetivas
restritivas - São
aquelas que restringem, limitam ou especificam o termo a que se referem. Se
forem retirados do texto, o sentido da oração principal será prejudicado ou
modificado. Não se separam por vírgulas.
Conheço alguns
homens que escrevem cartas de amor.
(nem todos os homens escrevem cartas de amor; refiro–me apenas aos que escrevem
carta de amor. (A oração não pode ser retirada do texto.)
Método
prático: Será restritiva a oração que
puder ser precedida pela palavra SOMENTE, explicativa, a que não
admitir tal palavra, e sim, TODA(S), TODO(S).
A revista que você me deu fala de
racismo. (SOMENTE a revista que você me deu fala de racismo. É restritiva.).
A revista, que é um veículo de
comunicação, fala de racismo. (Toda revista é um veiculo de comunicação. É
explicativa.).
|
Observação
Não se faz pausa entre oração principal e a
adjetiva restritiva; por isso, não tem cabimento a vírgula. Há,
no entanto, autores que, mesmo neste caso, usam vírgula.
|
·
Orações subordinadas Adverbiais
As orações subordinadas
adverbiais classificam-se de acordo com as conjunções que as introduzem.
Portanto, podem ser:
Causais - Exprimem causa, motivo, razão. São
iniciadas pelas conjunções subordinativas causais: porque, já que, visto que, etc.
O tambor soa porque é oco.
Comparativas
- Expressam uma comparação
com a oração anterior. São iniciadas pelas conjunções subordinativas
comparativas: como, assim como, (tão)...
como, tal, qual, que, etc.
Trabalho como um mouro trabalha.
Observação
Nas
orações comparativas, o verbo pode estar subentendido.
Ela é
simpática como a colega. (é)
|
Concessivas - Expressam um fato contrário ao da
oração principal, embora incapaz de impedir sua realização. São iniciadas por
conjunções subordinativas concessivas: embora,
ainda que, se bem que etc.
Embora
fosse tarde, não
desistiu de caminhar.
Condicional:
Expressam condição ou
hipótese. São iniciadas pelas conjunções subordinativas condicionais: se, caso,
contanto, que, dado que, etc.
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de
Andrade).
O mundo seria melhor se os homens tivessem mais diálogo.
Conformativas
- Expressam acordos,
concordância. São iniciadas pelas conjunções subordinativas conformativas: Como, conforme, segundo etc.
Como
todos sabem, iremos
viajar.
O homem age conforme pensa.
Observação
Como introduz oração conformativa quando equivale a conforme.
Relate os
fatos como (ou conforme) os ouvintes.
|
Consecutivas:
Expressam
consequência, efeito. São iniciadas pelas conjunções subordinativas
consecutivas: iniciadas geralmente por “que” (depois de tão, tanto, tamanho, tal,
etc.)
O barulho foi tão
violento, que acordou o bairro inteiro.
Finais - Expressam finalidade ou objetivo.
São iniciadas por conjunções subordinativas finais: para que, a fim de que, que, porque (= para que) etc.
Saí para que ele entrasse.
Aproximei–me dele a fim de que me ouvisse melhor.
Proporcionais:
Expressam
simultaneidade, proporção em relação à oração anterior. São iniciadas por
conjunções subordinativas proporcionais: à
proporção que, à medida que, etc.
À
medida que gritava,
menos era ouvido.
À
proporção que avançávamos,
as casas iam rareando.
Temporais
- Expressam a ideia
de tempo. São iniciadas por conjunções subordinativas temporais: quando, depois que, mal, logo que, etc.
Quando
cheguei, ele saiu.
Modais:
(modo): sem que (= de modo que não)
Estudei na biblioteca sem que fosse incomodado.
Locativas:
(lugar): sem que (sem antecedentes = no lugar
em que)
“Onde me espetam, fico” (Machado de Assis)
Oração subordinada causal ou coordenada
explicativa?
Causal – exprime a
causa do que se declara na oração principal: causa está sempre ligada a
consequência.
Explicativa – justifica
o que se diz na oração anterior, explicação não está ligada a consequência.
Vejamos:
1. A
garota chorou porque perdeu o namorado (causal) – (A causa do choro
foi a perda do namorado.).
2. A garota
chorou, porque deve ter perdido o namorado (explicativa). – (A palavra
“deve” dá caráter hipotético à oração; causa é sempre um fato, nunca uma
opinião.).
3. Choveu,
porque as ruas estão molhadas (explicativa). – (O fato de as ruas estarem
molhadas não é a causa da chuva; pelo contrário, é consequência.).
4. As ruas
estão molhadas porque choveu (causal). (A chuva é a causa de as ruas
estarem molhadas.).
5. Apague
a luz, porque quero dormir! (explicativa) – (Sempre que o verbo da
oração principal estiver no imperativo, teremos explicação, pois o imperativo
expressa algo que ainda não se realizou; causa é sempre anterior a
consequência.)
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·
Orações subordinadas reduzidas.
As orações subordinadas
reduzidas apresentam o verbo nas formas nominais (gerúndio, particípio e
infinitivo).
Oração
reduzida é a que se apresenta sem conectivo e com o verbo numa forma nominal.
Em geral, é possível desenvolver
orações reduzidas. Para isso substitui-se a forma nominal do verbo por um tempo
do indicativo ou do modo subjuntivo e inicia-se a oração com um conectivo
adequado, de tal modo que se mude a forma da frase sem lhe alterar o sentido. Exemplos:
Orações
reduzidas Orações desenvolvidas
Dizem ter
estado lá =
Dizem que estiveram lá
Foi à festa sem ser
convidado = Foi à festa sem que
fosse
Exemplos
de orações reduzidas de infinitivo (podem
ser adverbiais, adjetivas e substantivas):
·
Adverbial
Causal:
Por estar cansado, deitou-se
(= porque estava cansado)
Temporal:
Ao iniciar o trabalho,
sentiu-se mal. (= quando iniciou o trabalho).
Concessivas:
Apesar de se esforçar pouco,
realizava as tarefas com sucesso (= embora se esforçasse pouco)
Condicional:
Não entre sem antes bater à porta. (= sem que
bata à porta).
Consecutiva:
O trabalho foi muito
cansativo, a ponto de deixá-lo nervoso.
(= que o deixou nervoso).
Final:
Estudou para fazer a prova com sucesso. (= para que
fizesse a prova com sucesso).
·
Adjetivas
- Não era um homem de sofrer facilmente. (= que sofria facilmente).
·
Substantivas
Subjetiva:
É necessário brincares. (que brinques)
Objetiva
direta: O menino
esperou a mãe chegar (= que a mãe
chegasse)
Objetiva
Indireta: Creio estar tudo certo (= [em] que esteja tudo certo).
Completiva
Nominal: Fiz-lhe um
convite a ler o livro. (= a que lesse o livro).
Apositiva:
Peço- lhe um favor: dedicar-se com afinco ao trabalho (=
que se dedique com afinco ao trabalho).
Predicativa: Meu desejo é você voltar (= que você volte)
Exemplos
de orações reduzidas de gerúndio (podem
ser adverbiais e adjetivas)
·
Adverbial
Causal:
Estando cansado,
deitei-me. (= como estava cansado).
Concessiva: Mesmo
estando triste, sorriu. (= embora estivesse triste)
Condicional:
Brincando, não
aprenderás. (= se brincares)
Temporal:
Fazendo a pintura,
avisem. (= quando fizer a pintura)
·
Adjetiva
Vi um menino cantando na rua (= que cantava na rua)
Exemplo
de oração reduzida de particípio (podem
ser adverbiais e adjetivas).
·
Adverbiais
Causal:
Desacreditado,
calou-se. (= porque ficara desacreditado)
Temporal:
Concluído o trabalho,
retirou-se (= depois que concluíra o trabalho)
Concessiva:
Mesmo convidado, não
foi à festa (= embora tenha sido convidado).
·
Adjetiva
Eis o assunto apontado pelo diretor (= que foi
apontado pelo diretor)
·
Orações Intercaladas (ou
interferentes)
As orações intercaladas
são orações independentes que se interpõem no período, com o objetivo de
esclarecimento, ressalva, advertência, observação, opinião etc.
“Eu – disse Estéfano – preciso terminar o serviço hoje.”
“Meu
Deus, exclamou José, isso
não é possível!”
Observação
As orações
intercaladas separam-se por vírgulas, parênteses ou travessões.
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BIBLIOGRAFIA
CEGALLA, Domingos Paschoal.
Novíssima gramática da Língua Portuguesa. 48ª. Ed. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 2008.
KOCH, Ingedore Villaça;
VILELA, Mário. Gramática da Língua Portuguesa. Ed. Almedina, 2007.
NUNO, Henrique. Português
Descomplicado. 3ª.Ed. rev.e atual. Rio de Janeiro: Ed.
Ferreira, 2013.
SAUTCHUCK, Inez. Prática
de Morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo) sintática. 2ª Ed. São
Paulo: Ed. Manole, 2010.
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