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O USO CORRETO DA VÍRGULA

autoras: Júlia Bosso, Luciana e Sônia Matias



Observe a Charge a seguir:

Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-universidade/vestibular/cainaprova/conteudo.phtml?tl=1&id=993480&tit=Nao-tropece-na-virgula


Veja como o emprego da vírgula é fundamental para garantir um bom entendimento do que se quer transmitir na oração.

Confira, agora, algumas regras gerais que poderão auxilia-los: 

Lei elementar do uso da vírgula

Nunca se deve separar  o sujeito, verbo e complemento, jamais são separados. Somente são marcados com vírgula os termos acessórios (informação secundária) que forem acrescentados antes, depois ou entre eles.


Observe os exemplos a seguir e note como é possível identificar a ideia central e separar os elementos secundários com virgulas.

1. O meu amigo da faculdade perdeu o voo para Londres.
S= O meu grande amigo da faculdade; V= perdeu. C= o voo para Londres.

2.    O meu amigo da faculdade, apesar da correria, perdeu o voo para Londres.
 S= O meu amigo; V= perdeu; C= o voo para Londres; Termo acessório= apesar da correria.

Vejamos agora casos mais específicos:


Há casos em que o uso da vírgula requerer um pouco mais de atenção ou memorização, mas que não se afastam ou anulam o preceito sintático básico informado anteriormente. Vejamos alguns deles:

Virgula obrigatória antes e depois do e

Antes

 Para separar sujeitos diferentes para evitar a ambiguidade
  1. O policial registrou a ocorrência, e os envolvidos foram encaminhados à delegacia.
  2.  Fernando comprou um paletó, e as outras roupas foram vendidas aos demais.
Orações justapostas ligadas pela conjunção e
  1. Ele pulou, e gritou, e chorou....
Quando o e tiver valor adversativo
  1. Mariana estudo muito e não foi aprovada
  2. Reguei todas as flores e nenhuma floresceu.

Antes ou Depois

Separar termos acessórios que estejam entre o “e” e o restante do enunciado
  1.  “Falou demais e, nos dois encontros, não convenceu ninguém” (Sautchuk,2012);
  2.  Mariana, ainda muito abalada, e seu marido saíram do local.
Vírgula com sim e com não

 Sim e Não

Quando forem advérbios de afirmação ou de negação
  1. Você quer uma bebida? Quero, sim.
  2. Não, não quero, não.
Quando formarem dupla com o “e” funcionado como uma conjunção adversativa equivalente a mas
  1.  Não quero aplausos, e sim compensações
  2.  Você quis o meu dinheiro, e não o meu amor

 Sim precedido da conjunção mas

Nesse caso, o “sim”, ficará entre vírgulas, já que a conjunção já possui toda a carga adversativa:

  1. Não vou me render, mas, sim, lutar para provar minha inocência.

    Virgula assinalando ausência de verbo

    "Assinalar a omissão de um verbo subentendido ou que já foi usado anteriormente na frase"(Sautchuk, 2012). Exemplos: 
    1. No céu, muitas nuvens;
    2. Em cima da mesa, um cinzeiro solitário
    Virgulas para separar palavras ou orações coordenadas assindéticas
    1.  “A terra, o mar, o céu, tudo apregoa a glória de Deus” (Cegala, 2008);
    2.  “Os passantes chegam, olham, perguntam e prosseguem” (Cegala, 2008).
    Virgulas para separar as datas
    1. São José dos Campos, 7 de abril, dia do meu aniversário
    2.  São Paul, 9 de março de 2000.
     Vírgulas para separar orações coordenadas alternativas

    Entre duas orações alternativas o uso da vírgula é obrigatório, nos demais casos, a virgula não é necessária.
    1.  Ou me obedece, ou não volte mais;
    2.  Chegue logo ou não vou te esperar.
     Vírgulas para isolar expressões explicativas, corretivas, continuativas e conclusivas, tais como: por exemplo, além disso, isto é, a saber, ou seja, aliás, digo, ou melhor, demais etc.
    1. Minha tia mora em Guaratinguetá, ou melhor, Guará para os íntimos;
    2. Resolvi entre em forma, ou seja, perder peso.
    Virgulas para separar orações reduzidas de gerúndio, particípio e infinitivo
    1. Mantenha a calma, quando estiver sozinha
    2. Dada a largada, já se conhecia o vencedor
    Virgula antes de etc.

    O “etc.” é um termo latino que significa e outras coisas, por esse motivo, alguns gramáticos defendem sua utilização sem o emprego da vírgula, no entanto, pela norma culta, tanto uma prática quanto a outra são perfeitamente corretas.
    1. Débora trouxe chocolate, balas, gelatinas, etc.
    2. Débora trouxe chocolate, balas, gelatinas etc.


    Bibliografia

    SAUTCHUK, Inez. Prática de Morfossintaxe. 2ª ed. Barueri, São Paulo: Editora Manole, 2010.
    _______________. Perca o medo de escrever. 1ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.
    ROCHA, Lima. Gramatica Normativa da Língua Portuguesa. 32ª ed. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1998.
    CEGALA, Domingos Paschoal. A Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
    VIRTUOUS, Grupo. Análise Sintática. 2014. Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint46.php
    JR, Celso Luiz. Não tropece na Vírgula. 2010. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vidauniversidade/vestibular/cainaprova/conteudo.phtml?tl=1&id=993480&tit=Nao-tropece-na-virgula


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