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sexta-feira, 28 de novembro de 2014 1 comentários

APOSTO, VOCATIVO E COMPLEMENTO NOMINAL










André De Siqueira Campos – RA: B9561H-5
Júlia Lessa Muniz Ferreira – RA: A77BJI9
Stéphanie Reis – RA: T139BD-6




O que é Vocativo?

Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração. Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Por seu caráter, geralmente relaciona-se à segunda pessoa do discurso. Veja os exemplos:
Senhor presidente, queremos nossos direitos!
A vida, minha amada, é feita de escolhas.
Nessas orações, os termos destacados são vocativos: indicam e nomeiam o interlocutor a que se está dirigindo a palavra.
Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições de apelo, tais como ó, olá, eh! etc.
Por exemplo:
Ó Cristo, iluminai-me em minhas decisões.
Olá professora, a senhora está muito elegante hoje!
Eh! Gente, temos que estudar mais.
Distinção entre vocativo e aposto
O vocativo não mantém relação sintática com outro termo da oração.
Por exemplo:
Crianças, vamos entrar.
O aposto mantém relação sintática com outro termo da oração.
Por exemplo:
A vida de Moisés, grande profeta, foi filmada.
Sujeito            Aposto                                                                                                                                                                       
O vocativo, como já foi dito, é o termo da oração por meio do qual chamamos ou interpelamos o nosso interlocutor, real ou imaginário, ou seja, não vincula-se com o sujeito, com o predicado, diferente do aposto onde há relação com o restante da frase. É a expressão da oração usada para invocar um ouvinte. Geralmente, direciona-se à segunda pessoa do discurso. O vocativo é um termo da oração que usamos com frequência no cotidiano.  Mais um exemplo:
"... a vida, Luzia, dura só um dia." (João de Barro)
Geralmente o vocativo é separado por vírgulas, mas pode aparecer também com um sinal de exclamação, interrogação, etc. É bastante estudado em retórica e estilística. Na maioria dos casos o vocativo está acompanhado de uma entoação exclamativa ou apelativa. O vocativo ocorre no discurso direto, geralmente em frases imperativas, interrogativas ou exclamativas, e permite a identificação do interlocutor.                                                                   Na sintaxe, é classificado como um termo acessório da oração, e tem a particularidade de não pertencer nem ao sujeito, nem ao predicado. O vocativo pode ser formado por:
a) um substantivo (geralmente próprio)
Lúcia, compareça ao setor de embarque.

b) adjuntos adnominais (artigos, adjetivos e pronomes adjetivos)
Venha, minha querida, nós vamos voltar para casa.

c) um pronome reto de segunda pessoa
Ei, você, deixou cair sua carteira?

Na frase, o vocativo poderá aparecer:
a) no início ou no final da frase,
Menino, cuidado com o carro!
Cuidado com o carro, menino!
b) antes ou depois do adjunto adverbial
Hoje, senhoras e senhores, temos a honra de apresentar nosso projeto concluído.
Senhoras e senhores, hoje temos a honra de apresentar nosso projeto concluído.
c) antes ou depois do verbo imperativo
Lembre-se, meu filho, de que a vida é feita de desafios.
Meu filho, lembre-se de que a vida é feita de desafios.
d) entre o nome/verbo e o complemento
Amanhã traremos, professora, o nosso trabalho concluído.
Tenho muito medo, pai, de perder o meu emprego.
A entonação melódica da língua falada costuma acentuar os vocativos. Essa forma de expressão é reproduzida na língua escrita por meio de sinais de pontuação. Assim, o vocativo é obrigatoriamente acompanho de pausa: curta, através do recurso da vírgula; longa, através do recurso da exclamação ou das reticências. Não há posição definida para o vocativo na sentença, porém, quando se apresenta no interior da oração, deve ser colocado entre vírgulas. Além disso, é bastante comum encontrarmos o vocativo associado a alguma forma de ênfase. Se não através da pontuação, o recurso mais popular é vê-lo associado a uma interjeição. Exemplo:
Ah, mãe! Deixe-me ir ao jogo hoje!
É importante atentarmos para uma distinção entre o vocativo e frases constituídas por um único substantivo. Nestas não se verifica qualquer invocação ao interlocutor do discurso, mas, antes, se dirigem a alguém expressando um aviso, um pedido ou um conselho. No vocativo, porém, o interlocutor é chamado a integrar o discurso do falante. Exemplos:
a) Perigo! (Frase constituída por um substantivo)
b) Rebeca! (Vocativo)
O vocativo é um elemento que, embora colocado pelos gramáticos dentre os termos da oração, isola-se dela. Isto é, o vocativo não se integra sintaticamente aos termos essenciais da oração (sujeito e predicado) e pode, sozinho, constituir-se uma frase. Essa propriedade advém do fato de que o vocativo insere, na oração, o interlocutor discursivo, ou seja, aquele a quem o falante se dirige na situação comunicativa. Exemplos:
a) Por Deus, Amélia, vamos encerrar essa discussão!
b) Posso me retirar agora, senhor?
c) Meninos! (Vocativo constituindo uma frase)
d) A vida, meu caro, não é nada piedosa.
e) A morte, Elisa, vem para todos.
f) Menino, não mexa nisto.
g) Saia já daí, Afonso!
h) Ó Deus, tenha piedade de mim.
Apesar do vocativo não ter nenhuma relação com os demais termos da frase, em alguns exemplos podemos depreender alguma relação. É o caso do verso do poeta Castro Alves, em O navio negreiro: "Dizei-me vós, Senhor Deus". O vocativo "Senhor Deus", relaciona-se com o pronome "vós".                                                                                                                           Para finalizar, colocamos mais alguns exemplos, por acreditarmos que são eficazes no auxílio do ensino do vocativo na sala de aula, podendo assim, o professor de Língua Portuguesa obter um melhor resultado diante de seus alunos. Exemplos:
João! Volte já aqui!
Maria, preciso falar com você.
Mamãe? A senhora já acordou!
Ó céus, quando vos alcançarei?                                                                                                                                                                      



Aposto

Observe os exemplos
1- Joana, filha de D. Maria, comprou uma casa de praia.
A expressão em destaque identifica/explica quem é Joana. Ela é filha de D. Maria. Portanto, “filha de D. Maria” é um aposto.
2- Machado de Assis, autor de “A mão e a luva, é considerado o maior escritor brasileiro.
A expressão em negrito também é um aposto.
3- Curitiba, capital do Paraná, é famosa por sua beleza.
“Capital do Paraná” é um aposto.
Em todos os exemplos acima, podemos notar que o aposto está Identificando/explicando/esclarecendo algum termo da oração.
Observe os exemplos
- Vestidos, blusas, camisas, saias, tudo naquela loja é caro.
O termo “tudo”, resume o que foi dito antes. “Tudo” é um aposto.
- Maria, João, Diva, ninguém viu o filme.
“Ninguém” é um aposto, pois também está resumindo o que foi dito antes.
Observe os exemplos
1-Tenho três coisas para fazer: varrer a casa, limpar o pó e fazer almoço.
2-Nicolas terá que comprar três coisas no pet shop: remédio, ração e brinquedos.
Nas duas orações os termos em negrito são apostos.
O aposto nestes exemplos está enumerando tudo que as pessoas terão fazer. Aqui o aposto tem valor enumerativo.
Observe os exemplos
1-A cidade de Manaus tem um teatro lindo.
2-Durante o carnaval a cidade de Salvador fica cheia de gente.
3- A professora Vera trará mais exercícios.
Os termos em destaque são apostos, pois estão especificando ou individualizando as cidades. Várias cidades possuem um teatro lindo, mas aqui especifica que é a cidade de Manaus. Não é outra cidade que fica cheia de gente, várias cidades ficam cheia de gente, mas a cidade escolhida para o exemplo foi Salvador e não outra. O mesmo ocorre com Vera.
Observe os exemplos:
Toda mulher deseja uma coisa: ser feliz no casamento.
O aposto poderá vir em forma de oração. Quando isso acontecer será chamado: Oração subordinada substantiva apositiva.
A expressão em destaque explica o termo “coisa”, logo, é um aposto que está em forma de oração.
Observe o exemplo:
Único mamífero que voa, o morcego é temido por muita gente.
Note que nesta frase o aposto aparece antes do termo a que se refere.
Há duas atitudes que você pode tomar: uma  é estudar; a outra é ficar reprovado.
Este tipo de aposto recebe o nome de aposto distributivo.
MAIS EXEMPLOS
Ele, Pedro, será o anfitrião da festa.
Vou comprar duas coisas no mercado: bala e chocolate.
Minha amiga Andréa comprou uma casa de praia.
Cláudia, Ana, Márcia, Michele, todas se formaram comigo.
As duas – Nicole e Maria – foram comprar livros.
Eles todos foram para Portugal.
No mês de fevereiro faz muito calor.
Depois de um tempo – 10 ou 15 minutos – ele encontrou a chave de casa.
O ônibus estava com poucos passageiros: duas crianças, quatro adultos e uma senhora.



Aposto
Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo melhor. Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão.
Por Exemplo:
Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça.
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo. Veja:
Segunda-feira passei o dia com dor de cabeça.
Obs.: após a eliminação de ontem, o substantivo segunda-feira assume a função de adjunto adverbial de tempo.
Veja outro exemplo:
Aprecio
todos os tipos de música:
MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.
Objeto Direto
Aposto do Objeto Direto
Se retirarmos o objeto da oração, seu aposto passa a exercer essa função:
Aprecio
MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.
Objeto Direto
Obs.: o termo a que o aposto se refere pode desempenhar qualquer função sintática (inclusive a deaposto).
Por Exemplo:
Dona Aida servia o patrão, pai de Marina, menina levada.
Analisando a oração, temos:
pai de Marina = aposto do objeto direto patrão.
menina levada = aposto de Marina.




Classificação do Aposto

De acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere, o aposto pode ser classificado em:
a) Explicativo:
A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e com o meio em que vivem,adquiriu grande destaque no mundo atual.
b) Enumerativo:
A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação.
c) Resumidor ou Recapitulativo:
Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está na base de um país melhor.
d) Comparativo:
Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.
e) Distributivo:
Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na poesia e este na prosa.
f) Aposto de Oração:
Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico.
Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por sinais de pontuação (vírgula ou dois-pontos). O aposto especificativo individualiza um substantivo de sentido genérico, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de uma preposição, sem que haja pausa na entonação da frase:
Por Exemplo:
poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática profunda.
rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.

Atenção:
Para não confundir o aposto de especificação com adjunto adnominal, observe a seguinte frase:
A obra de Camões é símbolo da cultura portuguesa.
Nessa oração, o termo em destaque tem a função de adjetivo: a obra camoniana. É, portanto, um adjunto adnominal.

Observações:
1) Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pausa, não haverá vírgulas.
Por Exemplo:
Acabo de ler o romance A moreninha.
2) Às vezes, o aposto pode vir precedido de expressões explicativas do tipo: a saberisto épor exemplo, etc.
Por Exemplo:
Alguns alunos, a saber, Marcos, Rafael e Bianca não entraram na sala de aula após o recreio.
3) O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere.
Por Exemplo:
Código universal, a música não tem fronteiras.
4) O aposto que se refere ao objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial pode aparecer precedido de preposição.
Por Exemplo:
Estava deslumbrada com tudo: com a aprovação, com o ingresso na universidade, com as felicitações.



Curiosidades:

Gramática - Aposto ou Continuado

O substantivo ou expressão equivalente que determina ou caracteriza melhor outro substantivo ou expressão equivalente chama-se aposto ou continuado:
Afonso Henriques, rei de Portugal, conquistou Lisboa aos mouros.
As lebres e os coelhos bravos, animais lagomorfos, alimentam-se de plantas.
A Paula, amiga da Tânia, candidatou-se à Faculdade de Farmácia.
Com efeito, vê-se que os determinantes rei, animais e amiga caracterizam melhor os substantivos Afonso Henriques, lebres e coelhos, e Paula.
Às vezes, o aposto liga-se ao substantivo por meio dum advérbio ou duma conjunção empregada como advérbio, como se vê nas orações seguintes:
O Pedro, quando aluno, gostava muito das aulas de matemática.
Os pintainhos, quando nascem, procuram logo alimentos.
Outras vezes, o aposto não pertence a uma palavra, mas ao sentido duma oração:
O cavaleiro fazia ir o animal a galope, sinal de que não tinha medo de cair.
João ia devagar, prova de que não tinha pressa.


Aposto x Vocativo

É a parte da Gramática Normativa da Língua Portuguesa que trata da relação entre os termos da oração. Já a Morfologia lida com termos e expressões da frase, mas isoladamente. Na verdade, essa relação não é tão solitária assim, mas deixemos esse assunto para outra oportunidade.
Voltando à Sintaxe, está se desmembra nos seguintes termos:
– Essenciais: São os responsáveis pela estrutura básica da oração. Desempenham essa função o sujeito, o predicado e o predicativo do sujeito. Na realidade, essencial mesmo é o predicado, haja vista existirem orações sem sujeito e sem predicativo do sujeito.
– Integrantes: Possuem a função de complementar o sentido de determinados nomes e verbos. O objeto direto, o objeto indireto, o complemento nominal e a agente da passiva são os agentes complementares.
– Acessórios: Modificam ou especificam outros termos da oração, não sendo fundamentais para a estrutura sintática das orações. O adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto assumem essa função. No entanto, alguns adjuntos adverbiais de lugar são imprescindíveis em determinadas construções frasais.

Dentre esses termos sintáticos, alguns deles causam dificuldade de reconhecimento e uso por parte do usuário da língua. É o caso do Aposto e do Vocativo. Observe, atentamente, porque eles são muito diferentes.
Leia este poema de Paulo Leminski:
http://www.ibahia.com/a/blogs/portugues/files/2014/01/APOSTO-5.jpg
Figura 1- Poema Paulo Leminski
www.revistameio-fio.blogspot.com
Aposto: termo que, acrescentado a outro termo da oração, tem a função de ampliar, resumir, explicar ou desenvolver o conteúdo do termo ao qual se refere; no caso do poema, “Matéria é mentira” desempenha essa função.
Veja mais exemplos, em itálico, e a classificação deles:
Ex. Salvador, primeira capital do país, já possui mais de 460 anos. (Explicativo)
Aprecio todos os tipos de música: rock, MPB, samba etc. (Enumerativo)
Crianças, jovens, velhos ninguém gostou do espetáculo. (Resumitivo)
O rio Amazonas é o maior do Brasil. (Especificativo)
Aliás, esse último é o único que não aparece acompanhado de vírgulas.
Observe, agora, a seguinte tirinha:
http://www.ibahia.com/a/blogs/portugues/files/2014/01/ARMANDINHO-11-300x87.png
Figura 2- Tirinha
https://pt-br.facebook.com/tirasarmandinho‎
Vocativo: possui a função de interpelar diretamente o interlocutor, sendo esse real ou imaginário. É o caso da palavra “filho”, presente no segundo quadro da tirinha. Aliás, o Vocativo é considerado um termo à parte da Sintaxe. Veja mais alguns exemplos, em itálico:

Ex. Oh, Deus! Onde estás que não respondes!
A vida, meu rapaz, tem dessas coisas.
A vida é feita de escolhas, minha amada.
Você percebeu, também, que ele pode aparecer em qualquer parte da oração?!





Complemento Nominal

O complemento nominal é um termo da oração que completa o sentido do substantivo, adjetivo ou advérbio, através de uma preposição .
As principais características do complemento nominal são:
- sempre seguem um nome, em geral abstrato;
- ligam-se ao nome por meio de preposição, sempre obrigatória.
Os complementos nominais podem ser formados por substantivo, pronome, numeral ou oração subordinada completiva nominal.
Exemplos:
Meus filhos tem loucura por futebol
[substantivo]
O sonho dele era voar de asa delta
[pronome]
A vitória de um é a conquista de todos.
[numeral]
O medo de que lhe roubassem as jóias a mantinha longe daqui
.[oração subordinada completiva nominal]
Em boa parte dos casos os nomes que precisam de complementos nominais possuem formas correspondentes a verbos transitivos, porque ambos completam o sentido de outro termo.
Exemplos:
- Entregar o livro à ele                   Entrega do livro à ele
- Chegar na escola                        Chegada na escola
- Obedecer à Deus                        Obediência à Deus
- protestar contra o preconceito     protesto contra o preconceito
Também deve se conhecer outras particularidades do complemento nominal como:
Complemento Nominal   X Adjunto Adnominal
É comum se confundirem as duas categorias sintáticas da língua portuguesa. Isso se verifica em relação ao complemento nominal e adjunto adnominal, já que as duas categorias seguem um nome e podem ser acompanhadas de preposição.
É essencial ressaltar, então, as suas principais funções:
· complemento nominal: complementa o sentido do nome, conferindo-lhe uma significação extensa e específica.
Ex.: Sua rapidez nas respostas é admirável.
· adjunto adnominal: acrescenta uma informação ao nome. Essa informação tem valor de adjetivo e é desnecessária para a compreensão da expressão.
Ex.: Ela se dizia carioca da gema.
Uma regra prática para distinguir essas duas categorias sintáticas é transformar o termo relacionado ao nome em adjetivo ou oração adjetiva. Se for possível o emprego de uma dessas construções adjetivas, o termo selecionado será um adjunto adnominal. Do contrário, será um complemento nominal.
Exemplos:
O menino tinha uma fome de leão
[fome leonina = adjetivo]
[fome que parecia ser de leão = oração adjetiva]
[de leão: adjunto adnominal]
A leitura de revistas é aconselhável a um bom professor
de revistas: complemento nominal]
A preposição e o complemento nominal.
Dentre as características do complemento nominal existe a presença obrigatória da preposição.
A preposição tem como função relacionar dois ou mais termos de uma oração. Como o complemento nominal realiza a integração com o nome ou advérbio ao qual está ligado, a preposição torna-se essencial.
Exemplo:
A riqueza raciocínio é sempre presente nos teus trabalhos, Roberta. [Inadequado]
A riqueza de raciocínio é sempre presente nos teus trabalhos, Roberta. [Adequado]
Geralmente os problemas relativos a esse tema ocorrem com a preposição "a". É importante lembrar: sempre que o complemento nominal tiver como preposição a palavra "a", deve-se observar se é possível empregar a crase, obrigatória nessa posição.
Exemplos:
A boa notícia é: você está apto a pesquisa! [Inadequado]
A boa notícia é: você está apto à pesquisa! [Adequado]
Quero lembrar que todos aqui devem obediência a administração geral. [Inadequado]
Quero lembrar que todos aqui devem obediência à administração geral. [Adequado]
Depois do advérbio: há casos em que o advérbio precisa de informações adicionais para que o sentido da expressão seja completo; Então o complemento nominal une-se ao advérbio fornecendo esse tipo de informação e, nessa ligação, a presença da preposição é obrigatória.
Exemplos:
É dispensável a tua presença, relativamente a prestação de contas da loja. [Inadequado] 

É dispensável a tua presença, relativamente à prestação de contas da loja. [Adequado]
Na voz passiva os verbos apresentam o verbo principal no particípio. O particípio também representa uma forma de nome, já que pode ser empregado com valor de adjetivo (ex.: autenticado).
Sempre que o verbo, no particípio, apresentar um complemento que acrescente informações à expressão, este será um complemento nominal e deve vir acompanhado de preposição.
Exemplos:
Essas meninas foram acostumadas à desordem [Inadequado]
Essas meninas foram acostumadas à desordem. [Adequado]
Fonte:  Minigramática



Bibliografia

http://www.infoescola.com/portugues/aposto/



quinta-feira, 27 de novembro de 2014 0 comentários

Período composto: Orações coordenadas e subordinadas

Débora da Silva Ribeiro, Daiane Maris Vicenthis, Rodrigo Luiz Oliveira, Jorge Marcos da Rosa, Ulyssis Trega Frangione, Juliana Carla Caetano

Apresentação do livro:

Prática de Morfossintaxe - Como e por que aprender análise ( morfo) sintática  
Inez Sautchuk


A obra Prática de Morfossintaxe – 2ª edição propõe um trabalho metodológico acessível e elucidativo quanto à importância do conhecimento da língua e a sustentação do pensamento.

O que é Morfossintaxe
Morfossintaxe é o estudo da relação de uma palavra e sua função sintática na oração, isto é, e o estudo da apreciação conjunta da classificação morfológica e da função sintática das palavras nas orações. Trata de classe das palavras, emprego de pronomes, relação entre as palavras, concordância verbal e nominal, oração e período, termos da oração, classificação de orações, vozes do verbo e colocação de pronome.
A morfologia refere-se à classe gramatical de uma palavra (nome, adjetivo, artigo, pronome, quantificador, advérbio, preposição, conjunção, interjeição). A sintaxe refere-se à função sintática dessas palavras, isto é, a função que exercem na oração.
Ao analisar uma oração (análise morfossintática), considera-se a relação entre a classe gramatical de uma palavra e sua função sintática. A MORFOSSINTAXE, portanto, nada mais é do que a junção de uma análise morfológica com uma análise sintática.

Os estudos gramaticais
O objetivo da Gramática é orientar e regular o uso da língua, estabelecendo um padrão de escrita e de fala baseado em diversos critérios.
A Gramática possui um sistema de normas que definem a língua padrão, também chamada língua culta ou norma culta. Essas normas dão a estrutura à língua. Assim, para falar e escrever corretamente, é preciso estudar a Gramática. 

Tipos de Gramática
Gramática Normativa - busca a padronização da língua, estabelecendo as normas do falar e escrever corretamente. Costuma ser utilizada em sala de aula e em livros didáticos.
Gramática Descritiva - ocupa-se da descrição dos fatos da língua, com o objetivo de investigá-los e não de estabelecer o que é certo ou errado. Enfatiza o uso oral da língua e suas variações.
Gramática Histórica - estuda a origem e a evolução histórica de uma língua.
Gramática Comparativa - dedica-se ao estudo comparado de uma família de línguas. O Português, por exemplo, faz parte da Gramática Comparativa das línguas românicas.

Divisão da Gramática
A língua é um sistema tríplice. Compreende um sistema de formas (mórfico), um sistema de frases (sintático) e um sistema de sons (fônico). Por essa razão, a Gramática tradicionalmente divide-se em:
Morfologia - abrange o sistema mórfico.
Sintaxe - enfoca o sistema sintático.
Fonologia/Fonética - focaliza o sistema fônico.
Semântica – que se ocupa dos significados dos componentes de uma língua.
A Morfologia é o estudo da palavra e sua função na nossa língua. Na língua portuguesa, as palavras dividem-se nas seguintes categorias:

Substantivo
·     Comum - é aquele que indica um nome comum a todos os seres da mesma espécie.
·    Coletivos - entre os substantivos comuns encontram-se os coletivos, que, embora no singular, indicam uma multiplicidade de seres da mesma espécie
·     Próprio - é aquele que particulariza um ser da espécie.
· Concreto - é aquele que indica seres reais ou imaginários, de existência independente de outros seres.
·    Abstrato - é aquele que indica seres dependentes de outros seres.

Artigo
Antepõe-se ao substantivo para determiná-lo. O artigo se classifica de acordo com a idéia que atribui ao ser em relação a outros da mesma espécie.
Definido - é aquele usado para determinar o substantivo de forma definida: o, as, os, as.
Indefinido - é aquele usado para determinar o substantivo de forma indefinida: um, uma, uns, umas.
Adjetivo tem como função caracterizar o substantivo.
Como o substantivo, o adjetivo pode ser:
·     Primitivo - é aquele que não deriva de outra palavra.
·   Derivado - é aquele que deriva de outra palavra (geralmente de substantivos ou verbos).
·    Simples - é aquele formado de apenas um radical.
·    Composto - é aquele formado com mais de um radical.
Para caracterizar o substantivo, no lugar de um adjetivo pode aparecer uma locução adjetiva, ou seja, uma expressão formada com mais de uma palavra e com valor de adjetivo.

Numeral
 refere ao substantivo dando a ideia de número.
O numeral pode ser:
·        Cardinal - Indica uma quantidade determinada de seres.
·        Ordinal - Indica a ordem (posição) que o ser ocupa numa série.
·    Multiplicativo - Expressa a ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada.
· Fracionário - Expressa a ideia de divisão, indicando em quantas partes a quantidade foi dividida.

Pronome
Palavra que substitui ou acompanha um substantivo, relacionando-o à pessoa do discurso.
As pessoas do discurso são três:
Primeira pessoa - a pessoa que fala.
Segunda pessoa - a pessoa com quem se fala.
Terceira pessoa - a pessoa de quem se fala.
Há seis tipos de pronomes:
Pronomes pessoais: Substituem os substantivos, indicando as pessoas do discurso. São eles: retos, oblíquos e de tratamento.
Pronomes possessivos: São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída).
Pronomes Demonstrativos: São palavras que indicam, no espaço ou no tempo, a posição de um ser em relação às pessoas do discurso.
Pronomes indefinidos: Referem-se à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago ou expressando quantidade indeterminada.
Pronomes interrogativos: São usados na formulação de perguntas diretas ou indiretas. Assim como os indefinidos, referem-se a Terceira Pessoa do Discurso.
Pronomes relativos: São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam.
Quando se pratica uma ação, a palavra que representa essa ação, indicando o momento que ela ocorre, é o verbo. Uma ação ocorrida num determinado tempo também pode constituir-se num fenômeno da natureza expresso por um verbo.
Verbo é a palavra que expressa ação, estado e fenômeno da natureza situados no tempo.
Na língua portuguesa, três vogais antecedem o “r” na formação do infinitivo: a-e-i. Essas vogais caracterizam a conjugação do verbo. Os verbos estão agrupados, então, em três conjugações: a primeira conjugação (terminados em ar), a segunda conjugação (terminados em er) e a terceira conjugação (terminados em ir).

Verbo 
constituído, basicamente, de duas partes: radical e terminações.
As terminações do verbo variam para indicar a pessoa, o número, o tempo, o modo. Possuem três modos verbais: Indicativo (fato certo), Subjuntivo (fato duvidoso), Imperativo (ordem).
No verbo encontra-se 3 (três) vozes verbais que apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito.
     Ativa - o sujeito é o agente da ação, ou seja, é ele quem pratica a ação.
·    Passiva - o sujeito é paciente, isto é, sofre a ação expressa pelo verbo.
·   Reflexiva - o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente da ação verbal, isto é, pratica e sofre a ação expressa pelo verbo

Adverbio
 é a palavra que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal. De acordo com as circunstâncias que exprime, o advérbio pode ser de:
·                    Tempo (ontem, hoje, logo, antes, depois)
·                    Lugar (aqui, ali, acolá, atrás, além)
·                    Modo (bem, mal, depressa, assim, devagar)
·                    Afirmação (sim, deveras, certamente, realmente)
·                    Negação (não, absolutamente, tampouco)
·                    Dúvida (talvez, quiçá, porventura, provavelmente)
·                    Intensidade (muito, pouco, mais, bastante)
A locução adverbial é um conjunto de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
Advérbios interrogativos podem aparecer tanto nas interrogativas diretas quanto nas indiretas.
São advérbios interrogativos: quando (de tempo), como (de modo), onde (de lugar), por que (causa).
Há palavras que, na frase, são usadas como elementos de ligação: uma delas é a preposição.
Preposição é a palavra invariável que liga dois termos.
Nessa ligação entre os dois termos, cria-se uma relação de subordinação em que o segundo termo se subordina ao primeiro.
Locução Prepositiva é o conjunto de duas ou mais palavras com valor de uma preposição.
Além da preposição, há outra palavra que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção - que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração, podendo ser coordenativas e subordinativas.
As palavras que expressam surpresa, alegria, aplauso, emoções denominam-se interjeições - procura expressar, de modo vivo, um sentimento.

Interjeição
 classificam-se segundo as emoções ou sentimentos que exprimem:
·                    Aclamação: Viva!
·                    Advertência: Atenção!
·                    Agradecimento: Grato!
·                    Afugentamento: Arreda!
·                    Alegria: Ah!
·                    Animação: Coragem!
·                    Pena: Oh!
A analise de duas ou mais palavras com valor de interjeição dá-se pela locução interjetiva.

O estudo da sintaxe
Sintaxe estuda as regras que regem a construção de frases nas línguas naturais. Sua função é estudar a disposição das palavras na frase e das frases no discurso, incluindo a sua relação lógica, entre as múltiplas combinações possíveis para transmitir um significado completo e compreensível.

Estudo dos termos da oração
A análise sintática pode ser dividida em dois estudos:
Análise do período simples — constituída de uma oração, estuda termos e suas relações em uma oração. O período simples é aquele que contém apenas uma oração.
Sua estrutura básica é ter um sujeito e um predicado, ou ao menos um predicado já que existem orações sem sujeito.
Mas outros termos ainda podem estar ligados a essa oração. Por exemplo, o adjunto adnominal, o predicativo, o aposto, o complemento nominal, o objeto direto, indireto, o adjunto adverbial e o agente da voz passiva.
Análise do período composto — constituída de mais de uma oração, estuda a relação entre orações. No período composto estuda-se a combinação de orações que pode se dar por subordinação ou coordenação.
Nas subordinação as orações são ligadas uma a outra. Essa ligação é feita por meio das conhecidas conjunções. Fazendo existir uma subordinada que é dependente de uma principal.
Na coordenadas, as orações são independentes entre sí, porém podem-se usar também as conjunções que nesse caso recebem o nome de orações coordenadas sindéticas.
A análise sintática interna examina a estrutura de um período que pode ser dividido em orações e determina a função sintática dos termos de cada oração
Todo enunciado capaz de transmitir tudo que pensamos a quem nos ouve é chamado de frase.
As orações são frases que apresentam sujeito e predicado ou apenas predicado:
Período é um enunciado composto de uma ou mais orações. Pode ser simples (apenas uma oração) ou composto (mais de uma oração). De uma forma prática, cada oração é organizada em torno de um verbo.
O sujeito é constituído de um nome, pronome ou qualquer termo substantivado. O sujeito possui um núcleo que é o nome ou pronome e ao redor dele podem aparecer palavras secundárias como artigos e adjetivos:

Indeterminado
Quando não se indica o agente da ação verbal.
 Pode-se apresentar de três formas:
Usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural.

Usando-se o verbo na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se, que neste caso
passa a ser índice de indeterminação do sujeito.

Usando-se o verbo no infinitivo impessoal.

As orações sem sujeito são constituídas com verbos impessoais. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser. São verbos impessoais:
Haver no sentido de existir, ocorrer, acontecer.

Fazer, passar, ser e estar com referência ao tempo.

Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos.

O núcleo de um predicado nominal é um nome (substantivo, adjetivo, pronome). É ligado ao sujeito por um verbo de ligação. Já, no predicado verbal, o núcleo é um verbo seguido ou não de complemento ou termos acessórios. Classifica-se
em:
·                    Intransitivo
O verbo não precisa de complemento.
·                    Transitivo direto
O verbo precisa de complemento que é ligado a ele de forma direta, ou seja, sem o auxílio de preposição. Este complemento chama-se objeto direto.
·                    Transitivo indireto
O verbo precisa de complemento que é ligado a ele de forma indireta, ou seja, com o auxílio de preposição. Este complemento chama-se objeto indireto.
·                    Transitivo direto e indireto
O verbo necessita dos dois complementos: o direto e o indireto.
O predicado verbo-nominal possui dois núcleos significativos: um verbo e um nome. Formado por um verbo transitivo ou
intransitivo e um predicativo do sujeito ou do objeto.
Predicativo do sujeito exprime um atributo, qualidade, estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um verbo de ligação, que está presente no predicado nominal e no verbo-nominal.
E o predicativo do objeto é o termo que se refere ao objeto de um verbo transitivo.
O objeto direto é o complemento de verbos transitivos diretos. Este complemento, normalmente, vem ligado ao verbo sem auxílio de preposição. Por outro lado, o objeto indireto complementa verbos transitivos indiretos. Esse complemento vem ligado ao verbo por meio de preposição.
Denominado complemento nominal, este é o complemento de nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) sempre regido de preposição, reclamado pela sua significação transitiva incompleta. Representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome.
A diferença entre o complemento nominal e o objeto indireto é que este complementa verbos e aquele é complementa nomes.
O agente da passiva representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo passivo. Geralmente, vem acompanhado pela preposição “por”.
O termo de valor adjetivo – adjunto adnominal - serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo. Pode ser expresso: pelos adjetivos; pelos artigos; pelos pronomes adjetivos; pelos numerais; e, pelas locuções adjetivas.
Exprimir uma circunstância (de tempo, lugar, modo, etc.) é função do adjunto adverbial.
Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração.
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nestes casos, tem-se um predicativo.
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas.
E por último e não menos importante temos o vocativo, que é um termo usado para chamar alguém ou alguma coisa. O vocativo é um termo à parte. Não pertence à estrutura da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado. 




Período Composto - Orações coordenadas e subordinadas 


Introdução

O respectivo trabalho teve como base as seguintes gramáticas:
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da Língua Portuguesa. 48ª. Ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
KOCH, Ingedore Villaça; VILELA, Mário. Gramática da Língua Portuguesa. Ed. Almedina, 2007. 
NUNO, Henrique. Português Descomplicado. 3ª.Ed. rev.e atual. Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2013.
SAUTCHUCK, Inez. Prática de Morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo) sintática. 2ª Ed. São Paulo: Ed. Manole, 2010.


A combinação de duas ou mais frases parciais (frases elementares) dá origem a uma frase composta. Sendo frases descrições de estados de coisa, as relações entre estados de coisas encontram a sua expressão lingüística nas relações entre frases únicas e frases parciais. Trata-se aqui essencialmente de ligações ou encaixamentos de estrutura frásica. Segundo o critério sintático, temos a ligação coordenativa e subordinativa.
Para a formação do período composto, podemos usar dois processos sintáticos: a coordenação e a subordinação


Orações coordenadas
 As orações se sucedem igualitariamente, sem que umas dependam sintaticamente da outras.
As orações coordenadas, quanto à ligação entre si, podem ser:
· Assindéticas (ou justapostas) – aquelas que não vêm introduzidas por conjunção:
Trabalhei, / estudei, / brinquei.

Observação:
As orações coordenadas assindéticas separam-se por vírgulas, ponto e vírgula, ou dois pontos.

· Sindética (ou conectivas) - aquelas que são introduzidas por conjunções coordenativas.

O homem cantou (assindética) / e dançou (sindética).
Entrou (assindética) / e sentou-se (sindética), / mas não falou com ninguém! (sindética)

Classificação das orações coordenadas sindéticas

01. Aditiva – (Expressa adição, sequência de fatos ou de pensamentos): e, nem, não só... mas também etc.                                                         
A doença vem a cavalo e volta a pé.
Os livros não somente instruem, mas também discutem.

Observação:

Usa-se e antes de nem só em dois casos: primeiro, se a ênfase o exigir: “Não queremos e nem podemos entrar no exame de tamanha complexidade.” (João Ribeiro). Segundo, nas expressões e nem sequer, e nem por isso, e nem assim, e nem sempre:

 Recebeu a esmola e nem sequer agradeceu.  


02. Adversativas – (Exprimem contrastes, oposição, ressalva): mas, porem, todavia etc.        
“É dura a vida, mas aceitam-na”. (Cecília Meireles)
O mar é generoso, porém às vezes torna-se cruel.

03. Alternativas – (Exprimem alternância, escolha): ou, ou...ou, quer...quer, etc.
Ou Raomi estuda / ou trabalha.
A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente” (Luis jardim)

04. Conclusivas – (Expressam conclusão, dedução, consequências): logo, portanto, pois (após o verbo), por isso etc.
Vives mentindo; logo, não mereces fé
Ele é teu pai. Respeita- lhe, pois, a vontade.

Explicativa: (Exprimem explicação, motivo, razão): que, pois (antes do verbo), porquanto, porque etc.
O cavalo estava cansado, pois arfava muito.  
Não mintas, porque é pior para ti.
Ninguém podia queixar-se, porquanto eu estava cumprindo o meu dever.

Observação:

As orações coordenadas explicativas não devem ser confundidas com as subordinadas adverbiais causais: estas exprimem a causa de um fato, aquelas dão o motivo à explicação da declaração anterior.
Nota-se também que há pausa (vírgula na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e que esta é muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.

Entre, pois é tarde!




Orações Subordinadas
Nos casos da combinação subordinativa (hipotaxe) existem entre frases parciais de uma frase composta, relações sintáticas de dependência. Todas as frases dependentes são chamadas de frases subordinadas e a frase dominante é a subordinante.

·         Orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas são introduzidas pelas conjunções integrantes que e se.  Exercem funções sintáticas próprias do substantivo, completando o sentido da oração principal.

Método prático para reconhecer e classificar uma oração substantiva.
 Substituí-la por um substantivo equivalente ou pronome: ISSO; em seguida, colocar os termos da oração na ordem direta.
 É importante que me ajudes. (= Tua ajuda (isso) é importante). 
  
Observação

As orações substantivas também podem vir introduzidas por pronome e advérbio interrogativos.
Não sei quem (por que, onde, quando, como, quanto) trabalhou.


Classificação das orações substantivas.

Subjetivas - Funcionam como sujeito do verbo da oração principal.
É necessário que você colabore.  (= Sua colaboração é necessária)
Parece que a situação melhorou.
 É fundamental que participes.
(Para achar o sujeito, pergunta-se: O que é fundamental? Resposta: que participes/tua participação/ ISSO.)

Observação
 Na oração subjetiva; o verbo da oração principal está sempre na 3° pessoa do singular e não admite ser perdido de pronome (ele).
É bom que mostremos o trabalho. (Não poderíamos dizer: “Ele é bom que mostremos o trabalho.”) 


Objetiva direta - Funcionam como objeto direto do verbo da oração principal.
Veja que hora são.
Perguntei-lhe quando ia casar.
Bem sabes quão desagradáveis são essas coisas.
O freguês perguntou quanto custava aquele relógio.

As orações substantivas objetivas diretas desenvolvidas são iniciadas:
a) pelas conjunções integrantes que (às vezes elíptica) e se;
b) pelos pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regido de preposição), nas interrogações indiretas;
c) pelos advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas.

Objetiva indireta - Funcionam como objeto indireto.
Não me oponho a que você viaje. [= Não me oponho à sua viagem]

Observações
As orações objetivas indiretas são regidas de preposição.
É frequente a elipse (omissão) da preposição:
“Esqueceu-se que tenho cinquenta anos?” (Camilo Castelo Branco),
Esqueceu-se de que tenho cinquenta anos?

Predicativas - Correspondem ao predicativo da oração principal:
Seu receio era que chovesse. [seu receio era a chuva]
Não sou quem você pensa.

Observação
Em certos casos, são realçadas uma preposição expletiva de:
“A expectativa é de que a safra agrícola aumente.”
A oração predicativa vem sempre depois de um verbo de ligação (ser, estar, ficar, etc.).
  
Completivas Nominais - Têm a função de complemento nominal de um substantivo ou adjetivo da oração principal:
Sê grato a quem te ensina.
Estava ansioso por que voltasses.

Observação
As completivas nominais são regidas de preposição, à qual em certos casos podem ser omitida, como neste exemplo: “Zé Grande tinha a impressão que estava voltando a ser criança.” (Haroldo Bruno).

Apositivas - Correspondem ao aposto de um nome em uma oração principal.
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. [só desejo uma coisa: a sua felicidade.]
Só lhe peço isto: honre nosso nome.
·                    Orações com função de agente da passiva:
O quadro foi comprado por quem o fez [= pelo seu ator].
A NGB não faz referência a este tipo de oração substantiva.

As orações subordinadas substantivas podem estar coordenadas.
 “Parece que a paisagem tem vida e se ajoelha a rezar” (Olegário Mariano). [e se ajoelha = e que se ajoelha].

·         Orações subordinadas adjetivas
As orações subordinadas adjetivas exercem a função de adjunto adnominal (equivalem a um adjetivo). São introduzidas por um pronome relativo (que, cujo, o qual, quem, etc.).
O homem que se esforça atinge seus objetivos (= O homem esforçado [= esforçado = adjetivo] atinge seus objetivos.).

Orações subordinadas adjetivas explicativas - Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, atribuindo-lhe uma qualidade que é inerente ou acrescentando-lhe uma informação; podem ser retiradas do texto sem que prejudiquem o sentido da oração. Vêm obrigatoriamente separadas por vírgula.    
Deus, que é nosso pai, nos salvará.
Os homens, que são mortais, falham. (Todos os homens são mortais, por isso a oração destacada pode ser suprimida).

Orações subordinadas adjetivas restritivas - São aquelas que restringem, limitam ou especificam o termo a que se referem. Se forem retirados do texto, o sentido da oração principal será prejudicado ou modificado. Não se separam por vírgulas.
  Conheço alguns homens que escrevem cartas de amor. (nem todos os homens escrevem cartas de amor; refiro–me apenas aos que escrevem carta de amor. (A oração não pode ser retirada do texto.)  

Método prático: Será restritiva a oração que puder ser precedida pela palavra SOMENTE, explicativa, a que não admitir tal palavra, e sim, TODA(S), TODO(S).
A revista que você me deu fala de racismo. (SOMENTE a revista que você me deu fala de racismo. É restritiva.).
A revista, que é um veículo de comunicação, fala de racismo. (Toda revista é um veiculo de comunicação. É explicativa.).

Observação   
Não se faz pausa entre oração principal e a adjetiva restritiva; por isso, não tem cabimento a vírgula. Há, no entanto, autores que, mesmo neste caso, usam vírgula. 


·         Orações subordinadas Adverbiais
As orações subordinadas adverbiais classificam-se de acordo com as conjunções que as introduzem. Portanto, podem ser:
Causais - Exprimem causa, motivo, razão. São iniciadas pelas conjunções subordinativas causais: porque, já que, visto que, etc.
O tambor soa porque é oco. 
Comparativas - Expressam uma comparação com a oração anterior. São iniciadas pelas conjunções subordinativas comparativas: como, assim como, (tão)... como, tal, qual, que, etc.
Trabalho como um mouro trabalha.

Observação
Nas orações comparativas, o verbo pode estar subentendido.
Ela é simpática como a colega. (é)

Concessivas - Expressam um fato contrário ao da oração principal, embora incapaz de impedir sua realização. São iniciadas por conjunções subordinativas concessivas: embora, ainda que, se bem que etc.    
Embora fosse tarde, não desistiu de caminhar.
Condicional: Expressam condição ou hipótese. São iniciadas pelas conjunções subordinativas condicionais: se, caso, contanto, que, dado que, etc.
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de Andrade).
O mundo seria melhor se os homens tivessem mais diálogo.  
Conformativas - Expressam acordos, concordância. São iniciadas pelas conjunções subordinativas conformativas: Como, conforme, segundo etc.
Como todos sabem, iremos viajar.
O homem age conforme pensa.

Observação
Como introduz oração conformativa quando equivale a conforme.
Relate os fatos como (ou conforme) os ouvintes.

Consecutivas: Expressam consequência, efeito. São iniciadas pelas conjunções subordinativas consecutivas: iniciadas geralmente por “que” (depois de tão, tanto, tamanho, tal, etc.)
O barulho foi tão violento, que acordou o bairro inteiro.  
Finais - Expressam finalidade ou objetivo. São iniciadas por conjunções subordinativas finais: para que, a fim de que, que, porque (= para que) etc.
Saí para que ele entrasse.
Aproximei–me dele a fim de que me ouvisse melhor.
Proporcionais: Expressam simultaneidade, proporção em relação à oração anterior. São iniciadas por conjunções subordinativas proporcionais: à proporção que, à medida que, etc.
À medida que gritava, menos era ouvido.
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando.
Temporais - Expressam a ideia de tempo. São iniciadas por conjunções subordinativas temporais: quando, depois que, mal, logo que, etc.
Quando cheguei, ele saiu.
Modais: (modo): sem que (= de modo que não)
Estudei na biblioteca sem que fosse incomodado.
Locativas: (lugar): sem que (sem antecedentes = no lugar em que)
 “Onde me espetam, fico” (Machado de Assis)

Oração subordinada causal ou coordenada explicativa?
Causal – exprime a causa do que se declara na oração principal: causa está sempre ligada a consequência.
Explicativa – justifica o que se diz na oração anterior, explicação não está ligada a consequência.
Vejamos:
1. A garota chorou porque perdeu o namorado (causal) – (A causa do choro foi a perda do namorado.).
2. A garota chorou, porque deve ter perdido o namorado (explicativa). – (A palavra “deve” dá caráter hipotético à oração; causa é sempre um fato, nunca uma opinião.).
3. Choveu, porque as ruas estão molhadas (explicativa). – (O fato de as ruas estarem molhadas não é a causa da chuva; pelo contrário, é consequência.).
4. As ruas estão molhadas porque choveu (causal). (A chuva é a causa de as ruas estarem molhadas.).
5. Apague a luz, porque quero dormir! (explicativa) – (Sempre que o verbo da oração principal estiver no imperativo, teremos explicação, pois o imperativo expressa algo que ainda não se realizou; causa é sempre anterior a consequência.)

·         Orações subordinadas reduzidas.
As orações subordinadas reduzidas apresentam o verbo nas formas nominais (gerúndio, particípio e infinitivo).
Oração reduzida é a que se apresenta sem conectivo e com o verbo numa forma nominal.
Em geral, é possível desenvolver orações reduzidas. Para isso substitui-se a forma nominal do verbo por um tempo do indicativo ou do modo subjuntivo e inicia-se a oração com um conectivo adequado, de tal modo que se mude a forma da frase sem lhe alterar o sentido. Exemplos:

Orações reduzidas                 Orações desenvolvidas                                           
Dizem ter estado lá                  =       Dizem que estiveram lá
Foi à festa sem ser convidado =      Foi à festa sem que fosse
  
Exemplos de orações reduzidas de infinitivo (podem ser adverbiais, adjetivas e substantivas):

·         Adverbial
Causal: Por estar cansado, deitou-se (= porque estava cansado)  
Temporal: Ao iniciar o trabalho, sentiu-se mal. (= quando iniciou o trabalho).
Concessivas: Apesar de se esforçar pouco, realizava as tarefas com sucesso (= embora se esforçasse pouco)
Condicional: Não entre sem antes bater à porta. (= sem que bata à porta).
Consecutiva: O trabalho foi muito cansativo, a ponto de deixá-lo nervoso. (= que o deixou nervoso).
Final: Estudou para fazer a prova com sucesso. (= para que fizesse a prova com sucesso).

·         Adjetivas
- Não era um homem de sofrer facilmente. (= que sofria facilmente).

·         Substantivas
Subjetiva: É necessário brincares. (que brinques)
Objetiva direta: O menino esperou a mãe chegar (= que a mãe chegasse)
Objetiva Indireta: Creio estar tudo certo (= [em] que esteja tudo certo).
Completiva Nominal: Fiz-lhe um convite a ler o livro.  (= a que lesse o livro).
Apositiva: Peço- lhe um favor: dedicar-se com afinco ao trabalho (= que se dedique com afinco ao trabalho).
Predicativa: Meu desejo é você voltar (= que você volte)

Exemplos de orações reduzidas de gerúndio (podem ser adverbiais e adjetivas)

·         Adverbial
Causal: Estando cansado, deitei-me. (= como estava cansado).
Concessiva: Mesmo estando triste, sorriu. (= embora estivesse triste)
Condicional: Brincando, não aprenderás. (= se brincares)
Temporal: Fazendo a pintura, avisem. (= quando fizer a pintura)

·         Adjetiva
Vi um menino cantando na rua (= que cantava na rua)

Exemplo de oração reduzida de particípio (podem ser adverbiais e adjetivas).

·         Adverbiais
Causal: Desacreditado, calou-se. (= porque ficara desacreditado)
Temporal: Concluído o trabalho, retirou-se (= depois que concluíra o trabalho)  
Concessiva: Mesmo convidado, não foi à festa (= embora tenha sido convidado).

·         Adjetiva
Eis o assunto apontado pelo diretor (= que foi apontado pelo diretor)

·         Orações Intercaladas (ou interferentes)
As orações intercaladas são orações independentes que se interpõem no período, com o objetivo de esclarecimento, ressalva, advertência, observação, opinião etc.
Eu – disse Estéfanopreciso terminar o serviço hoje.”
“Meu Deus, exclamou José, isso não é possível!”

Observação
As orações intercaladas separam-se por vírgulas, parênteses ou travessões.





BIBLIOGRAFIA                                               
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da Língua Portuguesa. 48ª. Ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
KOCH, Ingedore Villaça; VILELA, Mário. Gramática da Língua Portuguesa. Ed. Almedina, 2007. 
NUNO, Henrique. Português Descomplicado. 3ª.Ed. rev.e atual. Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2013.
SAUTCHUCK, Inez. Prática de Morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo) sintática. 2ª Ed. São Paulo: Ed. Manole, 2010.





                                                                                                                                                                 





 
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