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sexta-feira, 3 de junho de 2016 0 comentários

A Proposta e Aplicação da Língua Inglesa No Ensino Médio

Autores:
Ana Paula da Silva Ferreira  RA:B75AJE-2
Beatriz Maria de Souza  RA:B83AHB-7
Glízia Paulo de Menezes  RA: B694FD-0
Marina Cassiano Pinto Palumbo  RA: B7624A-0
Tiago dos Reis  RA: B4094G-8


 A Proposta e Aplicação da Língua Inglesa No Ensino Médio

 INTRODUÇÃO

            O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir o entendimento de futuros professores de língua inglesa em relação ao letramento críticos e a práticas de linguagens multimodais, assim como analisar as práticas de ensino adotadas em um ambiente escolar de língua inglesa através da aplicação das teorias surgidas do letramento crítico, em uma tentativa de observar possíveis resultados desse processo na formação de alunos autônomos, críticos e socialmente ativos.
            Os resultados da análise mostraram que o letramento crítico constitui um passo inicial na formação crítica e no engajamento dos alunos com questões de cunho social, além de constituir claramente uma estratégia de motivação considerando as aulas de língua inglesa.
            Por outro lado, os resultados também demonstraram que as atividades de letramento crítico por si só não contribuíram de forma efetiva para a realização dos objetivos linguísticos propostos. Tais resultados apontaram para a necessidade de investigações sobre o papel do professor na língua inglesa na promoção do letramento críticos e sobre os obstáculos enfrentados por esse profissional no desenvolvimento das habilidades linguísticas de seus alunos.
DESENVOLVIMENTO

            O Ensino de Inglês como Língua Estrangeira no ensino público no Brasil tem como documento oficial existente mais recente as Orientações Curriculares para o Ensino Médio- Conhecimentos de Línguas Estrangeiras (OCEM-LE) (BRASIL, 2006). A proposta do ensino de língua estrangeira tem como foco a leitura, prática escrita e a comunicação oral, contextualizadas.
            Os profissionais devem se permitir o aprofundamento no estudo das orientações para um trabalho mais sólido na questão metodológica, não trazendo a solução, mas sim reflexões teóricas, levando em consideração a grande influência da globalização. O aluno nos dias atuais, com o acesso a tanta informação e com a tecnologia fortemente presente em sua vida, precisa ser norteado para que saiba usar esse acesso intenso que lhe é dado para o entendimento da proposta da língua estrangeira.

         Mais do que reforçar apenas os valores sociais do momento, valores que são, reconhecidamente, interpretados pelo movimento econômico-cultural da globalização, entendemos que o objetivo de um projeto de inclusão seria criar possibilidades de o cidadão dialogar com outras culturas sem que haja a necessidade de abrir mão de seus valores.  (MATURANA,1999)

            Por fim, o valor global e regional nos incentiva a pensar sobre o modo de vida parecido ou diferente dos que vivem até mesmo perto de nós e o contrário também, que aborda os que vivem em outros países e podem estar aproximados ao modo de vida entre nós. As diferenças vivem bem mais perto do que as pessoas clamam, as regiões são recheadas de diferenças e não necessariamente precisamos sair de nossas cidades ou estados para vivenciar o modo de vida das pessoas e suas diferenças.
            Existe uma dicotomia no ensino da língua estrangeira, levando em conta as diferentes propostas entre uma escola regular e uma escola de idiomas. É de extrema importância que, primeiramente, o profissional saiba diferenciar esses objetivos para que seja possível suprir a expectativa dos alunos.
            De acordo com as OCEM-LE, o objetivo dessa disciplina busca a formação de indivíduos por sua consciência social, criatividade, uma mente sem preconceitos para novos conhecimentos até que seja concretizada uma reforma pessoal sobre o entendimento no pensar e enxergar o mundo. O uso didático-pedagógico não isola essas características citadas. Estimula-se um ensino que se preocupe com uma cultura que permita compreender nossa condição e nos ajude a viver, e que possa favorecer, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre, onde são relacionadas perguntas referentes à cidadania, promovendo uma compreensão e reflexão sobre o lugar que esse aluno ocupa na sociedade e toda uma análise envolvida nessas questões, que não é possível encontrar em uma escola de idiomas. 

 CONTEXTUALIZAÇÃO DO LETRAMENTO CRÍTICO

Antes que se fale em letramento crítico, no entanto, é importante conceituarmos o termo letramento. Segundo Soares (2009, p.18), o termo pode ser entendido como “O resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e a escrever; o estado ou a condição de quem adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita.” A autora, na mesma obra, afirma ainda que para checar-se o grau de letramento de um indivíduo, deve-se checar o uso que esse indivíduo faz da leitura e da escrita, assim como as práticas sociais de leitura e de escrita das quais se apropria.
Soares (2009, p.19) ainda faz menção ao trabalho de Justino Pereira Magalhães para apresentar o termo “literacia”, utilizado em Portugal e mais próximo do inglês “literacy”, que seria a “utilização social da escrita alfabética”. Diferente da concepção do termo em inglês, que se refere tanto à nossa concepção de alfabetização quanto às práticas sociais decorrentes dela, a palavra “letramento” apresenta diferenças fundamentais em relação à alfabetização.
Enquanto a alfabetização determina que o indivíduo aprendeu apenas a ler e a escrever, o letramento ocupa-se da apropriação dessas habilidades pelo indivíduo e da incorporação de práticas sociais por elas demandadas.
Street (2010,p.1) pontua que “[..] no Brasil, houve uma objeção à visão estreita da aquisição do letramento – 22 representadas pelo termo alfabetização- e o uso do termo letramento facilitou a referência aos processos envolvendo os usos da leitura e da escrita em situações sociais.” Ao observarmos que o letramento lida com o uso social da leitura e da escrita ou com a condição de quem está socialmente em contato com essas habilidades, é possível compreender que suas práticas são idelogicamente situadas, uma vez que “ determinadas identidades associam-se a determinadas práticas” (STREET, 2010, p.4).
Nessa perspectiva, e considerando que por uso social da leitura e escrita entende-se que “fazer uso de diferentes tipos de material escrito, compreendê-los, interpretá-los e extrair deles informações” ( SOARES, 2009, p.23), faz-se necessário que as práticas de letramento envolvam uma interação do indivíduo com o texto no sentido de identificar questões sociais, históricas e culturais nele presentes, e questionar os discursos dominantes na sociedade da qual faz parte, visando à transformação desse indivíduo local e globalmente.
De acordo com Monte-Mór, todos, através da história, sofremos as influências das predominâncias de pensamentos, crenças, valores.
[...] Aprendemos a valorizar o que era uno/uni e mono; a uniformidade – externa e interna, desde a vestimenta até a maneira de pensar – a visão monolítica e a linearidade −, enquanto um tipo de organização de raciocínio. Enfim, padrões que convergiam para a possibilidade de controle. O que vem caracterizando as últimas décadas, no entanto, vem a ser o fato de que a variedade, a diversidade, a divergência, a pluralidade de crenças, pensamentos, comportamento e valores tornam-se socialmente visíveis. (MONTE-MÓR, 2002, p147-148).

Essa percepção da diversidade em oposição à uniformidade, apresentado pela autora, delineia necessidades que impulsionam a implementação do letramento crítico às práticas de letramento que conhecemos. Segundo Morrell (2002,p.73), o trabalho com a pedagogia crítica implica que “[...] aluno e professor aprendem  um com o outro enquanto engajam-se em diálogos autênticos que são centrados nas experiências da juventude urbana como participantes e criadores da cultura popular.” É possível compreender, portanto, que a educação crítica implica a construção sócio colaborativa do conhecimento, pautada na transformação social e na constante luta contra a opressão e as dificuldades geradas por diferenças histórias, políticas econômicas e culturais.

  CONCLUSÃO

Segundo os conceitos de letramento crítico no ensino de língua inglesa no Brasil e mesmo após o novo enfoque voltado à abordagem comunicativa, ainda assim se manteve um ensino distante de algo que faça sentido para o aluno, pois a língua não é ensinada de forma a abranger a voz do aluno, seus anseios, suas expectativas e leva-lo a participar no processo de aprendizagem, conceitos estes essenciais para um letramento crítico.
Nessa perspectiva atual de alfabetizar letrando, urge que busquemos alternativas para repensarmos em nossas práticas de letramento no contexto escolar/social, trazendo para o ensino propostas que desenvolvam competências e habilidades dos alunos, que além de possibilitarem que os mesmos usem a leitura e a escrita em práticas sociais com autonomia e criticidade, permitam-lhes acompanhar as mudanças e transformações pelas quais a sua sociedade passa, agindo de forma participativa no contexto social em que se inserem, podendo ir muito além ao enxergar uma nova maneira de ver o mundo através do pensamento crítico aguçado e efetivo. Esses alunos serão o efeito de uma possível mudança em suas casas e em suas famílias, oferecendo o conhecimento e o pensamento reflexivo sobre o outro.
Na instituição escolar em que as práticas de letramento estão vinculadas à realidade social, abre-se espaço para a construção de novas identidades como seres críticos. Dessa forma, defendemos projetos de letramento na perspectiva da prática social, sob a ótica da Análise Crítica do Discurso, que desenvolva no aluno a competência de olhar criticamente para a relação das práticas discursivas com as estruturas de poder. O aprimoramento do educando como ser humano, sua formação ética, o desenvolvimento de sua autonomia intelectual e também do seu pensamento crítico, assim como a sua preparação para o mundo do trabalho e o desenvolvimento de competências para continuar seu aprendizado.
O professor de língua inglesa tem como objetivo principal permitir que seus alunos, através dessas aulas, possam se apaixonar pela cultura e que a clareza do entendimento de que todos somos fruto de uma determinada cultura e que nossa família possui uma história, assim como nossa cidade, nosso estado e estendendo ao nosso país e então ao mundo. É necessário quebrar as barreiras do entendimento nas vidas dos jovens adultos, para que eles possam ser a chave da mudança num todo. O mundo não é algo inusitado, ele é a união de todos que aqui vivem, logo, somos um grupo enorme de seres humanos buscando a melhor e mais eficaz maneira de viver.  A tarefa do professor é indicar os caminhos que esses jovens podem seguir para mudar tudo aquilo que desejam, além de ensiná-los a compreender que eles fazem parte de uma sociedade, e que cada um tem um papel dentro dela.

BIBLIOGRAFIA

HEBERLE, V. Multimodalidade e Multiletramento: Pelo Estudo da Linguagem como Prática Social Multissemiótica. In: SILVA, Kleber at al. (orgs.), A Formação de Professores de Línguas: Novos Olhares. Volume II. Campinas, SP: Pontes Editores, 2012, p.83-106.
LANKSHEAR,C, MCLAREN,P. (eds.) Critical Literacy: politics, práxis and the postmodern. Nova Iorque: State University of New York,1993.
LEFFA, V.J. Criação de bodes, carnavalização e cumplicidade. Considerações sobre o fracasso da LE na escola pública. In: LIMA, D.C. (org.) Inglês em escolas públicas não funciona? Uma questão, múltiplos olhares. São Paulo: Parábola Editorial,2011, p. 15-31.
LUKE, A. Two takes on the critical. In: NORTON, B. TOOHEY,K. (eds.). Critical Pedagogies and Language Learning. Cambridge: Cambridge University Press, 2003, p1-10.
MATTOS, A.M.A; VALERIO, K.M. Letramento crítico e ensino comunicativo: lacunas e interseções. Belo Horizonte: Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v.10, 2010, p.135-158.
MCLAREN,P. Critical Pedagogy: a look at the major concepts. IN: DARDER, A. BALTODANO, M. TORRES, R.D. (eds.). The Critical Pedagogy Reader. Nova Iorque : Routledge Falmer, 2003, p. 61-83.
SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
STREET, B. Políticas e práticas de letramento na Inglaterra: uma perspectiva de letramentos sociais como base para uma comparação com o Brasil. Texto baseado na apresentação: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação-ANPEd:17 a 20 de outubro de 2012, Caxambu, Minas Gerais.
TÍLIO, R. Repensando a abordagem comunicativa: multiletramentos em uma abordagem consciente e conscientizadora. In: ROCHA, C; MACIEL, R.F. (Org.) Língua estrangeira e formação cidadã: por entre discursos e práticas. Campinas: Pontes, 1ªed. 2013, p.51-67.

WEBGRAFIA 

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares Para Ensino Médio. Brasília: MEC, 2006. In: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf>Acesso em 1 de Maio de 2016.
SANTOS, R.R.P; IFA, S. O letramento crítico e o ensino de inglês: reflexões sobre a prática do professor em formação continuada. São Paulo: The ESPecialist, vol. 34, nº 1, 2013. In: < http://revistas.pucsp.br/index.php/esp/article/viewFile/19231/14311> Acesso em 1 de maio de 2016.

  
terça-feira, 24 de maio de 2016 0 comentários

Letramento Crítico e o Ensino de Língua Inglesa

Autores:
Cintia Lima dos Santos- B69JIJ-0 
Dayana Máris dos S. Vicente- B93IHI-0 
Jediel Ulisses- B86341-2 
Júlia Lessa- A77BJI-9 

Letramento Crítico e o Ensino de Língua Inglesa

INTRODUÇÃO 

Sabemos que a Língua Inglesa está constantemente presente em nossa vida, durante o dia podemos nos deparar com palavras como STOP, PLAY, WHATSAPP e muitas outras que foram incorporadas ao nosso idioma há muito tempo. O inglês é também o idioma mais ensinado como língua estrangeira ao redor do mundo e a principal língua de comunicação em vários domínios, como, por exemplo, a aviação, o intercâmbio científico e as novas tecnologias de informação e comunicação. O professor da Língua Inglesa tem um papel importante de mediador entre o aluno interessado em aprender gramaticalmente e oralmente o Inglês e todas as ferramentas de conhecimento disponíveis hoje em dia, principalmente com o uso da internet. Como mediador entre o idioma e o aluno, o professor pode fazer uso de vários recursos multimodais para elaborar suas aulas e assim auxiliar o aluno a desenvolver seu interesse pelo estudo da língua fazendo com que o mesmo assuma o papel de cidadão crítico. No entanto propõe-se com este estudo o conhecimento e utilização das ferramentas multimodais, para elaboração de aulas mais dinâmicas e que ajudem a desenvolver o pensamento crítico dos alunos. O objetivo deste trabalho é apresentar situações de ensino-aprendizagem da Língua Inglesa.

LÍNGUA INGLESA COMO LÍNGUA DA COMUNICAÇÃO 

 A língua inglesa tornou-se uma língua global como resultado de dois fatores principais: a extensão do poder colonial britânico e a hegemonia dos Estados Unidos como poder econômico no século XX. Para se impor como língua global, um idioma deve adquirir um papel especial reconhecido no mundo todo, esse papel é evidente nos países em que o inglês é falado como primeira língua por grandes contingentes da população: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e vários países caribenhos. O inglês tem estatuto de língua oficial em mais de setenta países, a maior parte dos quais tem em comum o fato de serem ex-colônias da Inglaterra, nesses locais, a língua inglesa é usada como meio de comunicação em um ou mais setores: na administração governamental, na educação, no sistema judiciário ou nos meios de comunicação de massa. O inglês é também o idioma mais ensinado como língua estrangeira ao redor do mundo e a principal língua de comunicação em vários domínios, como, por exemplo, a aviação, o intercâmbio científico e as novas tecnologias de informação e comunicação. Estima-se que na atualidade, um quarto da população mundial (mais de 1,5 bilhões de pessoas) possua algum conhecimento de inglês dos quais 500 milhões sejam altamente proficientes no uso do idioma. Dada a sua condição de língua global, não é de se admirar que o número de falantes não-nativos de inglês já tenha ultrapassado em muito o contingente daqueles que falam o idioma como primeira língua e que, no primeiro grupo, o número dos que aprendem o inglês como língua estrangeira tenda a se expandir, enquanto a língua for mantida em evidência. Pode-se considerar o sucesso internacional do inglês como resultado de séculos de exploração e opressão e entender que o poder sobre a língua continua nas mãos dos povos falantes nativos do idioma. Na direção inversa, é possível olhar para o inglês como língua verdadeiramente mundial, no sentido de idioma que se tornou um recurso a ser utilizado cultural e comercialmente por muitos grupos diversos, para além de diferenças nacionais. Alguns linguistas e linguistas aplicados defendem, ainda, uma resistência ideológica ao inglês, na direção de uma mudança de atitude que abandone a subserviência à língua ou a sua rejeição pura e simples, para reconhecer o caráter imperialista e ideológico que tem comandado a expansão dessa língua no mundo e saber dela se servir de modo estratégico.
Nesse sentido, alguns especialistas advogam mudanças no ensino do inglês como língua estrangeira, com o argumento de que os conteúdos devem refletir as necessidades de falantes não-nativos que usam a língua para se comunicar com outros estrangeiros. 

1.1 MULTIMODALIDADE 

Falar em multimodalidade não é somente falar em múltiplos modos de transmitir mensagem e conhecimento através de imagens, músicas e filmes. A multimodalidade também está na língua/linguagem, como afirma Kress e Van Leeuwen: Linguagem, por exemplo, é um modo semiótico porque pode se materializar em fala ou escrita, e a escrita é um modo semiótico também , porque pode se materializar como (uma mensagem) gravada em uma pedra, como caligrafia em um certificado, como impressão em um papel, e todos esses meios adicionam uma camada a mais de significado. Assim, todo texto pode ser multimodal, mesmo que só tenha texto escrito. Os simples destaques do título, os usos de diferentes tipos de letras, tamanho, e cor, tornam qualquer texto escrito multimodal. De acordo com Carey Jewitt, uma das maiores pesquisadores do estudo, Multimodalidade é uma abordagem interdisciplinar que entende a comunicação e a representação como envolvendo mais que a língua. Os estudos nesse campo têm se desenvolvido nas últimas décadas de modo a tratar sistematicamente de questões muito discutidas sobre as mudanças na sociedade, por exemplo, em relação às novas mídias e tecnologias. Abordagens multimodais têm proposto conceitos, métodos e perspectivas de trabalho para a coleção e análise de aspectos visuais, auditivos, corporificados e espaciais da interação e dos ambientes, bem como da relação entre os mesmos. Três pressupostos teóricos interconectados estão subjacentes à multimodalidade. Primeiro, a multimodalidade pressupõe que a representação e a comunicação sempre se baseiam em uma multiplicidade de modos, todos contribuindo para o significado. Ela se concentra na análise e descrição do repertório completo de recursos geradores de sentido usados pelas pessoas (recursos visuais, falados, gestuais, escritos, tridimensionais, entre outros, dependendo do domínio da representação) em diferentes contextos, e no desenvolvimento de meios que mostram como esses são organizados para gerar sentido. 
Em segundo lugar, a multimodalidade pressupõe que os recursos são socialmente modelados através do tempo para se tornarem geradores de sentido, os quais articulam os significados (sociais, individuais/afetivos) exigidos pelos requerimentos de diversas comunidades. Esses grupos organizados de recursos semióticos para geração de sentido são chamados de modos, os quais realizam tarefas comunicativas de modos diferentes – o que torna a escolha de modo um aspecto central da interação e do significado. À medida que grupos de recursos são usados na vida social de uma dada comunidade, mais completa e finamente articulados eles se tornarão. Para que algo “seja um modo” há necessidade de um senso cultural compartilhado em uma comunidade de recursos e como esses podem ser organizados para realizar significados. Finalmente, a multimodalidade pressupõe pessoas orquestrando o sentido através de uma seleção e configuração particular de modos, enfatizando a importância da interação entre modos. Portanto, todo ato comunicativo é modelado pelas normas e regras operando no momento de produção do signo, influenciado pelas motivações e interesses das pessoas em contextos sociais específicos. 

1.2 A TEORIA DO LETRAMENTO CRÍTICO 

O letramento crítico se relaciona com a consciência linguística como uma de suas vertentes, a consciência crítica também vê a língua como um fenômeno dinâmico, mas a consciência que busca não é a de conhecimento simplesmente, mas de um processo socialmente situado. Diferente das demais áreas da consciência linguística que questionam a prescrição e promovem a descrição da língua em uso, a consciência linguística crítica vê a noção de propriedade, em substituição a de correção apenas como uma forma de encobrir as razões para se usar uma determinada variedade e toma a situação como veículo para perpetuação de uma ideologia. Para ela o desenvolvimento de habilidades de comunicação não pode estar a serviço de necessidades econômicas, mas da subversão. Isso quer dizer que a reflexão e a metaconversa fomentadas no letramento crítico precisam ir muito além do linguístico para serem capazes de localizar o aluno com relação ao não-dito, ao não-implícito, mas ao silenciado, o publico que o texto serve e a ideologia que ele dissemina.
Atividades comunicativas poderiam facilmente incorporar o letramento crítico, se acrescentar a elas uma fase nova em que uma das etapas anteriores pudesse servir de insumo para a problematização essencial à crítica social. Ou seja, a metaconversa resultante da atividade comunicativa poderia servir tanto para o desenvolvimento da competência comunicativa quanto para o desenvolvimento da consciência crítica. Na prática então, sabe-se que a produção de significados de grande complexidade em uma língua estrangeira demandaria condições de aprendizagem que, em muito iriam se distanciar do cenário brasileiro atual, dizendo a respeito da escola regular. Com o intuito de conciliar o letramento crítico com as abordagens atuais para o ensino de uma língua estrangeira, como indicam as novas orientações curriculares para o ensino médio, podese apontar algumas possiblidades nessa direção, discutindo possíveis pontos de contato entre o ensino comunicativo e o letramento crítico. 

1.3 MÉTODOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 

Sabemos que hoje o armazenamento do conhecimento não é mais prioridade na vida das pessoas, já que o temos à nossa disposição. A função do professor é contribuir para a formação do cidadão crítico agindo como mediador. Tendo como base a Teoria do Letramento Crítico, o objetivo é que os alunos apresentem situações de ensino-aprendizagem de língua inglesa de maneira a contribuir para a formação do cidadão crítico que vive neste mundo globalizado. Portanto, deve-se levar em consideração a língua inglesa como língua da comunicação e multimodalidade. A utilização da linguagem é inerente à interação humana. A cultura subjetiva, isto é, os valores e as normas culturais, determinam os diversos modos de interação entre um falante e um ouvinte. Tais valores e normas encontram-se presentes na competência comunicativa dos participantes, ao fazerem determinadas escolhas durante a interação social. A educação prepara o indivíduo para o exercício da cidadania plena, ajudando o a exercer seus direitos e deveres de todo cidadão consciente e crítico. Para que o homem exerça sua cidadania é preciso que ele domine a linguagem. Com as constantes mudanças, avanços tecnológicos e, principalmente, a globalização, a sociedade necessita, cada vez mais, de um preparo educacional maior e de melhor qualidade. Cabe ao professor, como mediador do ensino da língua inglesa, promover o desenvolvimento de habilidades que permitam ao aluno ser o precursor de seu processo de aprendizado. O aluno aprende a desenvolver sua autonomia e passa a ter consciência de seu cumprimento crítico e ativo no processo de aprendizagem, pois é isto que o diferenciará dos demais indivíduos: O domínio da linguagem, tanto materna quanto estrangeira, que se torna cada vez mais utilizada na comunicação mundial e multimodal. Os métodos de ensino utilizados em sala apresentam diferentes visões acerca do ensino da língua inglesa. Cada abordagem apresenta níveis, métodos e técnicas específicas: 

Método de Gramática-Tradução 

Foca-se apenas na forma da língua e não no significado das expressões. Consiste em possibilitar o acesso a textos literários e o domínio da gramática normativa. A língua é então construída como uma estrutura, na qual o importante é aprender as suas regras e formas. 

Método Direto 

O aprendizado de uma língua estrangeira ocorre por meio do contato direto com esta. Sendo assim, a língua materna passa a ser excluída da na sala de aula. 

Método Oral e Ensino da Língua Situacional ou “Drills” 

Se a língua é concebida como sendo um conjunto de estruturas relacionadas a situações, logo, esta abordagem consiste no tipo de hábito de aprendizagem. Um exemplo simples de se compreender é a aplicação de frases previamente prontas e relacionadas a diferentes situações e/ou contextos para que os alunos memorizem e repitam.

Método Áudio-Lingual 

Utiliza-se de diálogos e 'drills', onde os alunos são colocados em situações dialógicas de forma a ilustrar seu contexto e como as principais estruturas da língua podem ser aplicadas nessas situações. 

Abordagem Comunicativa 

Preocupa-se com o significado ao invés da forma da língua, tendo como suporte os materiais e tarefas levados à sala de aula. Esta abordagem vê o ensino da língua como propiciador do desenvolvimento da chamada "Competência Comunicativa". (RICHARDS e RODGERS, 1986). Todas as abordagens auxiliam o aluno a usar a Língua Inglesa o máximo possível e o professor o ajudará a desenvolver interesse pelo conteúdo a assumir seu papel de cidadão crítico e ativo, seja no âmbito escolar e/ou externo a ele.

CONCLUSÃO 

Neste trabalho abordamos como assunto, a Língua Inglesa e como ela se tornou um idioma global, os métodos multimodais de ensino-aprendizagem para despertar o interesse e a criticidade do aluno na aprendizagem de uma língua estrangeira. Concluímos que o professor tem um papel muito importante para o ensino do inglês, desde que ele faça uso de ferramentas que o apresentem como um mediador entre a língua estrangeira e o aluno e que também ele desperte nos educandos o pensamento crítico. Cumprimos todos os objetivos que tínhamos proposto, porque utilizamos como base de estudos, artigos científicos que foram pesquisados na internet. Este trabalho foi relevante para podermos perceber o quanto é importante o trabalho do professor no desenvolvimento do interesse do aluno em aprender uma língua estrangeira e também para se tornar um ser crítico perante a sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A importância do Letramento Crítico. Disponível em:https://prezi.com/nx70tvocxdj8/a-importancia-do-letramento-critico/ Acesso em: 08/05/2016 
Approaches and Methods in Language Teaching. Disponível em: https://Users/User/Downloads/approaches-and-methods-in-language-teaching2-paperback-frontmatter.pdf Acesso em: 28/04/2016. 
Letramento Crítico e Ensino Comunicativo. Disponível em: http://www.scielo.com.br/pdf/rbla/v10n1/08.pdf 
Multimodalidade: enfoque para o professor de ensino médio. Disponível em: http://www.letras.pucrio.br/unidades&nucleos/janeladeideias/biblioteca/B_Multimodalidade.pdf Acesso em: 26/04/2016. 
Multimodalidade e Leituras. Funcionamento cognitivo, recursos semióticos, convenções visuais. Disponível em: http://pibidletras.com.br/serie-experimentando-teorias/ET1-Multimodalidadese-Leituras.pdf Acesso em: 01/05/2016. 
O inglês na atualidade: uma língua global. Disponível em: http://www.labeurb.unicamp.br/elb2/pages/artigos/lerArtigo.lab?id=98 Acesso em: 26/04/2016. 
Blog da sala de Letras (Português/Inglês) do 6º e 7º período da Universidade Paulista. Disponível em: http://linguaportuguesamorfossintaxeeensino.blogspot.com.br/ Acesso em 25/05/ 2016.


sexta-feira, 27 de novembro de 2015 0 comentários

Relatório de Aula- Memórias Póstumas de Brás Cubas

Autores: Glízia Paulo, Beatriz Souza, Marina Palumbo, Ana Paula Ferreira e Tiago Reis
 
INTRODUÇÃO

    Machado de Assis foi um dos maiores escritores brasileiros. Suas obras são conhecidas por sua maestria em desmascarar a sociedade que morava no Rio de Janeiro no século XIX, consolidando o movimento realista na literatura brasileira.
    Estudar Machado de Assis é totalmente necessário se queremos entender toda a nossa como sociedade brasileira, complementando aulas de história com fatos que o próprio autor nos mostra, sobre quais eram os problemas enfrentados naquela época, que iam desde o parlamentarismo que estava sendo implementado no Brasil por D. Pedro II, além de problemas nas oligarquias, que, ao se modernizarem perdem o controle da mão de obra escrava, por uma lei que proibia o tráfico de negros em 1870.
    Com isso, os autores dessa época se inspiravam em ideias positivistas trazidas da Europa, determinismo histórico, socialismo utópico e socialismo científico, além do evolucionismo. Todas essas ideias estavam em alta na época, trazendo várias reflexões para aqueles que viviam nesse meio.
    Dessa forma, ao selecionarmos um livro como Memórias Póstumas de Brás Cubas, percebemos a riqueza que Assis constrói de uma personagem e sua sociedade, desde sua maneira de agir e pensar como um só ser, até o pensamento social.
    E ao demonstrarmos o quão verdadeira essa obra pode ser para um estudante do ensino médio, seremos capazes de ensiná-los, ao menos, como a sociedade se portou através dos anos, e como era tão importante esses pensamentos serem inseridos em obras literárias.
         Ao criar um narrador que resolve contar sua vida depois de morto, Machado de Assis muda radicalmente o panorama da literatura brasileira, além de expor de forma irônica os privilégios da elite da época.


DESENVOLVIMENTO

A reunião do grupo definiu o tema baseando-se na preferência de um autor que pudesse demonstrar um grande salto no mundo literário. Machado de Assis foi capaz de transpassar em sua obra características Realistas grandiosas que torna a obra mágica e ainda assim mostrando elementos do Modernismo. Destacando que Machado de Assis quebrou o paradigma de quantidade de capítulos, escrevendo mais de cem deles.
A obra, segundo Sérgio Buarque de Holanda(1944), um dos mais importantes historiadores brasileiros além de crítico literário e jornalista afirma:

O mundo de Machado é um mundo sem Paraíso, de onde uma insensibilidade incurável a todas as explicações que baseiam no pecado e na queda a ordem em que foram postas as coisas no mundo; seu amoralismo tem raízes nessa insensibilidade fundamental.

Depois da leitura de muitas críticas e filósofos que Machado de Assis mantinha leituras como por exemplo Blaise Pascal, conseguimos relacionar a questão de Machado colocar o homem a frente do tudo ou nada diante da precariedade humana expressa caoticamente frente a vida temporal.
O realismo aprofunda a narração de costumes contemporâneos da primeira metade do século XIX, quando os grandes criadores do romance moderno já se exibiam poderosos com seus dons de observação e de análise. Entretanto, é sempre válido dizer que as vicissitudes que pontuaram a ascensão da burguesia durante esse século foram rasgando os véus idealizantes que ainda envolviam a ficção romântica.
É então que revelam as malezas da vida pública e os contrastes da vida íntima, onde os escritores realistas tomarão a sério as suas personagens e se sentirão no dever de descobrir-lhes a verdade, no sentido positivista de dissecar os móveis do seu comportamento.
Assim, do Romantismo ao Realismo houve uma passagem do vago ao típico, do idealizante ao factual. Quanto à composição, os narradores realistas brasileiros também procuraram alcançar maior coerência no esquema dos episódios, que passaram a ser regidos não mais por aquela repreensão de caprichos que faziam das obras de Machado de Assis verdadeiras caixas de surpresa.


RESUMO DA OBRA

As Memórias Póstumas de Brás Cubas, criado como folhetim, são um romance considerado sobrenatural, como já dito pelo título é narrado por um defunto e o fato de haver uma conversa entre o mundo dos mortos e o mundo dos vivos, torna o livro sobrenatural diante da sociedade Romântica, lançando então o Realismo no Brasil ainda que tenha conseguido usar muitos estilos literários num mar de figuras de linguagem.   
Existe uma história pessoal envolvendo amores e desamores, desejos carnais num adultério e pecados do homem dentre tudo que envolve a vida de um ser vivo sendo contestado e analisado pelo indivíduo que já morreu como no momento em que Brás Cubas contempla seu próprio enterro.
O livro é dotado de ironia da elite privilegiada, densa constatação da escravidão e presença explícita das classes sociais. Memórias Póstumas de Brás Cubas nos fez pensar e repensar na forma que o narrador segue sua história com sua vida dependendo somente de como ele enxerga e nada mais. O Brás vivo é personagem da narrativa e vive uma existência marcada pelas futilidades sociais, pela volubilidade sentimental e pelo desprezo que manifesta pelos outros. O Brás morto é o narrador, que é capaz de expor sem nenhum pudor os próprios defeitos. Noções como verdade, ciência e razão são colocadas em discussão e relativizadas por Brás Cubas.
A narração vive numa viagem do mundo dos mortos para com o mundo dos vivos numa facilidade tremenda na qual o tempo e espaço do defunto não são definidos ou até mesmo seguem uma lógica cronológica nesse enredo sarcástico na qual o próprio protagonista morre tentando curar o mundo.
Quando o romancista assumiu, em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o foco narrativo, na verdade passou ao narrador- defunto Machado- Brás Cubas a delegação para exibir, com o desejo dos que já nada mais temem, as peças de cinismo e indiferença com que via montada a história dos homens.
A revolução dessa obra, conforme Alfredo Bosi(1994) afirma que foi:

“uma revolução ideológica e formal: aprofundando o desprezo às idealizações românticas e ferindo no cerne o mito do narrador onisciente, que tudo vê e tudo julga, deixou emergir a consciência nua do indivíduo, fraco e incoerente. O que restou foram as memórias de um homem igual a tantos outros, o cauto e desfrutador Brás Cubas.”


De acordo com Alfredo Bosi (1994), foi com esse livro que Machado descobriu que o estatuto da personagem na ficção não depende, para sustentar-se, da sua psicologia imutável, nem da sua conversão em tipo; e que o registro das sensações e dos estados de consciência mas díspares veicula de modo exemplar algo que está além da persona: o contínuo da psique humana.
Logo de inicio a obra já surpreende: nos deparamos com um defunto autor que dedica seus escritos ao primeiro verme que roeu seu cadáver. Com isso, Machado consegue ironizar as melosas e costumeiras dedicatórias presentes no movimento literário anterior: o Romantismo. Somos guiados pelas memórias de Brás Cubas, nascido em uma família rica e, desde cedo, extremamente mimado. Personificação da classe burguesa da época, Cubas foi um homem ocioso de poucas realizações, amores vazios e grandes ressentimentos.
Por ser em primeira pessoa, Brás Cubas conduz a história como bem entende. Na obra, Machado deixa de lado o sentimentalismo e o moralismo superficial Romântico. Cubas conta todas as suas desventuras, seus preconceitos e mascara os seus fracassos. O aprofundamento psicológico do personagem nos permite julgar, por conta própria, o comportamento da elite brasileira e internacional. Mesmo sendo escrito em 1880, as temáticas abordadas continuam atuais.
Joaquim Maria Machado de Assis era filho de escravos que foram libertos, e foi um autodidata, aprendendo a ler e escrever quase que tardiamente. O que o levou ao seu sucesso literário foi o simples fato de que havia trabalhado em uma casa que funcionava como livraria, editora e tipografia.
Lá o autor conheceu os autores brasileiros Joaquim Manuel de Macedo, autor de “A Moreninha”, e Manuel Antônio de Almeida, conhecido por sua obra “ Memórias de um Sargento de Milícias”. Com esse contato Machado de Assis começou a publicar pequenas poesias, e, depois, resenhista dos debates do Senado usando uma linguagem sarcástica.


ANÁLISE LITERÁRIA

          Como esta história é narrada por um personagem que já morreu, seu ponto de vista é o de alguém que passou para o outro lado e não tem mais compromisso algum com os vivos e com qualquer preceito social. Ele narra de um ângulo que transcende o tempo e o espaço. Brás analisa a vida do lado de fora da esfera humana. Ele já rompeu o véu do desconhecido e agora tem uma visão onisciente de tudo.
       Como o protagonista não tem que agradar ninguém e não precisa tomar cuidado com suas palavras, ele apresenta um desprendimento moral e material absoluto; pode assim julgar sem paixão e isento da necessidade de assumir tal ou qual partido, essa ou aquela posição.  Brás está além das ilusões e das hipocrisias.
       O protagonista conta sua história à medida que se lembra dos eventos que se sucederam em sua existência. Ele mergulha no passado e medita sobre suas ações, comportamentos, avalia os amigos, os familiares e revela um ponto de vista sarcástico, hipócrita e desiludido de sua própria pessoa e dos que o cercam.
       É genial perceber que mesmo do outro lado Brás ainda tenta se enganar e em alguns momentos cede à tentação de desvirtuar os acontecimentos para não parecer inferior diante do leitor.



PLANEJAMENTO DE AULA

O planejamento da aula com duração de 20 minutos nos deixou de certa forma preocupados pela magnitude e intensidade da obra escolhida. Os mais de cem capítulos em tão poucos minutos poderiam soar como uma aula incompleta ou perdida.
A aula começaria com uma pequena introdução sobre o autor, seguindo da leitura do primeiro capítulo da obra pelos alunos, sendo perguntados as expectativas dos mesmos sobre a obra e o que acontecerá a seguir. Também seria questionado a dedicação feita na obra, onde o narrador “ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas.”
Com isso, a aula seguiria por uma breve explicação sobre a grandiosidade e importância de cada um dos personagens, e com as explicações seriam feitas perguntas para os alunos, buscando uma interatividade. Dessa forma, ao final da aula, seria pedido para fazer um resumo do que foi discutido durante a aula, e, juntamente com a participação de sala, seria assim avaliado se o aluno conseguiu usufruir da aula.
Com isso, quando o grupo apresentou a aula para os outros alunos da turma de letras e da professora orientadora do trabalho semestral, foi notificado que o tempo de duração da aula seria quase o dobro do que se esperava, para que os alunos elaborassem o resumo pedido.
Dito isso, o grupo se reuniu para poder reorganizar a aula e postar o plano de aula no blog da turma, finalizando assim, o plano de aula e focando na construção do relatório da aula.

CONCLUSÃO
   
A organização do planejamento de aula final, após vários encontros em grupo, foi consolidada da seguinte forma, tentando expressar a história de Brás Cubas de forma teatral; usando do pouco tempo, o forte conceito de trazer a magia de conquistar os alunos através do investimento do envolvimento da história para com eles; instigando os alunos a procurarem informações sobre o autor e que recorram a leitura do livro após a aula na qual  eles possam sentir liberdade de descobrir o universo machadiano por si próprios.
O propósito do ensino da obra de Machados de Assis no ensino médio é construir nesse jovens formadores de opiniões, um fácil entendimento de que é possível estudar e aprender sobre a nossa própria história através do estudo de obras que demonstram características fortes de época como Memórias Póstumas de Brás Cubas, trazendo então a esses jovens leitores a situação que o mundo se encontrava, os problemas sociais que se apresentavam e de fato tornando o conteúdo mais agradável ao ser relatado numa história que alguém contou, no caso o Brás.
Através da escrita, a maneira e a sutileza que Machado de Assis abordava certos tipos de assunto que não eram muito tocados na época por causa dos fatores históricos- sociais da sociedade que era, ali na obra, dilacerada.
    É por meio dos clássicos, como é o caso dos livros de Machado de Assis, que crianças e adolescentes passam a compartilhar referenciais linguísticos, artísticos e culturais que permitem a eles estabelecer vínculos com as gerações anteriores e se integrar à cultura.
















BIBLIOGRAFIA

BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. 43ª edição- São Paulo: Cultrix, 2008.
COSTA, Pedro Pereira da Silva. Machado de Assis. Rio de Janeiro: Edições IstoÉ, 2001. (A Vida dos Grandes Brasileiros-5)
MOISÉS, Massaud. A Literatura Brasileira Através dos Textos. 29ª edição- São Paulo: Cultrix, 2012.


WEBGRAFIA:


ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas disponível em< http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2038>
FACIOLI, Valentim, Um Defunto Estrambótico: Análise e interpretação das Memórias Póstumas de Brás Cubas. 2ª edição - São Paulo: Nankin: Edusp, 2008. Disponível em : <https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=VgNt7B1rDpYC&oi=fnd&pg=PA15&dq=mem%C3%B3rias+p%C3%B3stumas+de+br%C3%A1s+cubas+an%C3%A1lise&ots=9gv83IwzCa&sig=v-c5bwzFLmKaXNSRCGtHAj6PCfE#v=onepage&q=mem%C3%B3rias%20p%C3%B3stumas%20de%20br%C3%A1s%20cubas%20an%C3%A1lise&f=false >
quinta-feira, 26 de novembro de 2015 0 comentários

Relatório de Aula - Os Sertões - Euclides da Cunha

Cintia Lima dos Santos- B69JIJ-0

Dayana Máris dos S. Vicente- B93IHI-0

Jediel Ulisses- B86341-2

Júlia Lessa- A77BJI-9


Relatório sobre desenvolvimento de uma aula do livro 
Os Sertões de Euclides da Cunha




INTRODUÇÃO

Ao estudar as escolas literárias brasileiras, o leitor vai acabar se deparando com o período que alguns críticos literários classificam como Belle Époque ou Pré-Modernismo, nele existe um engenheiro civil e também jornalista, Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha que é membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e que ao escrever o livro Os Sertões, obra essa que o consagraria, ele também foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. O autor Euclides da Cunha era correspondente jornalístico do jornal O Estado de São Paulo e foi enviado para Canudos (1896) com a proposta de relatar a guerra que lá estava instalada, com isso acabou escrevendo Os Sertões (1902), que é um livro dividido em três partes: A Terra, O Homem e A Luta. A primeira parte é um relato da seca e suas possíveis causas. Na segunda parte, o estudo é sobre a origem do jagunço especificamente Antônio Conselheiro, e por fim na terceira parte contém os combates por parte dos federais em cima dos jagunços e o trágico extermínio dos mesmos. No entanto propõe-se neste estudo, a elaboração de uma aula para alunos do Ensino Médio, utilizando a obra Os Sertões e o contexto em que ela está inserida. O objetivo desse relatório mostrar como foi feito o planejamento da aula sobre a Obra e como foi aplicada para os alunos, usando como base de estudo críticos literários, histórias em quadrinhos e o filme.


VIDA E OBRA 

Filho de Manuel Rodriguez Pimenta da Cunha e Eudóxia Moreira da Cunha, Euclides Rodriguez Pimenta da Cunha nasceu em 20 de janeiro de 1866 no município de Cantagalo (RG). Euclides prestou exames e com 19 anos é admitido na Escola Politécnica onde cursou um ano de Engenharia Civil. Escrevia para a revista da escola chamada “A família Acadêmica”. Euclides foi expulso da Academia, por afrontar o Ministro da Guerra do Império e vai para São Paulo; em 1889 publica no jornal O Estado de São Paulo, uma série de artigos onde defendia ideais republicanos. Após de Proclamada a República Euclides volta para o Rio de Janeiro e retorna ao exército, cursa por dois anos a Escola Superior de Guerra e se forma em Engenharia Militar e bacharela-se em Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Casou-se com Ana Sólon Ribeiro. Em 1893 vai para trabalhar na Estrada de Ferro Central do Brasil em São Paulo e foi chamado para servir à Diretoria de Obras Militares. Euclides se afasta do Exército em 1896 e passa a trabalhar em São Paulo como superintendente de obras; volta a trabalhar para o jornal o Estado de São Paulo. Em 1897 foi convidado pelo jornalista Júlio de Mesquita para acompanhar as operações do Exército na Guerra de Canudos, no sertão baiano. Suas mensagens eram transmitidas por telégrafo, para o jornal paulista. Permaneceu no local por três meses. Ao voltar de Canudos, Euclides vai para São José do Rio Pardo para administrar a construção de uma ponte. Escreveu o livro que o consagraria no panorama cultural brasileiro, "Os Sertões". A obra foi publicada em 1902, cinco anos depois do término da Guerra. Euclides relata não só o que presenciou na guerra, mas explica o fenômeno cientificamente. Na literatura Euclides da Cunha faz parte do período chamado Pré-Moderno e no plano interpretativo, o professor Alfredo Bosi propõe a divisão do livro Os Sertões em dois grandes planos: primeiro o plano histórico, que corresponde a parte final do livro – “ A Luta” – , sendo que este é seguido pelo plano interpretativo que, por sua vez, corresponde às duas divisões iniciais do mesmo (“A Terra” e “O Homem”). O momento histórico se reflete na Obra tanto na estrutura determinista (que defende que os estudos devem partir dos aspectos geológicos, passando para detecção das variações climáticas para finalmente chegar ao último elo da cadeia que é o homem) quanto no raciocínio homólogo entre as ciências, onde verificamos a transposição de ideais da biologia e geologia para a explicação dos fenômenos humanos. Em 1903 é eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e é eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Voltou a exercer a função de engenheiro civil em São Paulo, Santos e São José do Rio Preto, seguindo para o Amazonas, como chefe da Comissão Brasileira do Alto Purus, para o reconhecimento de fronteiras. Vai para o Rio de Janeiro e presta concurso para a cadeira de Lógica do Colégio Pedro II, em 1909. No dia 15 de agosto, por questões de honra, numa troca de tiros, é assassinado Euclides da Cunha deixou, além de Os Sertões (1902), Contrastes e Confrontos (1906), Peru Versus Bolívia (1907), Castro Alves e o Seu Tempo (1908), A Margem da História (1909).

DESENVOLVIMENTO DA AULA

De acordo com a proposta para desenvolver uma aula aos alunos do Ensino Médio utilizando os livros da Literatura Brasileira, foi escolhido pelo grupo o livro Os Sertões, de Euclides da Cunha. Para a elaboração da aula foram utilizados conhecimentos como a Obra e a vida do autor, contexto histórico e análise literária do mesmo.
A Os Sertões faz parte do Pré-Modernismo e trata-se de um relato histórico e jornalístico da Guerra de Canudos. Com o objetivo da interação multidisciplinar, foi acordado com o professor de história o relato da Guerra de Canudos, com intuito de facilitar a assimilação do assunto a ser trabalhado em sala de aula. 
Segundo BOSI, Os Sertões são obra de um escritor comprometido com a natureza, com o homem e com a sociedade. É preciso ler esse livro singular sem obsessão de enquadra-lo em um determinado gênero literário, o que implicaria em prejuízo paralisante. [...] A descrição minuciosa da terra, do homem e da luta situa Os Sertões, de pleno direito, no nível da cultura cientifica e histórica.
A principio apresentamos aos alunos o livro e mostramos trechos do mesmo, utilizamos também como complemento trechos de Histórias em Quadrinhos (HQ) e sugerimos que assistissem ao filme que está disponível na internet.
Após breve introdução do conteúdo a ser trabalhado, foi pedido aos alunos para que lessem Os Sertões. Foi dado um prazo de trinta dias para a leitura. Na aula agendada para discussão do livro, a sala foi divida em grupos e cada grupo ficou com uma parte da Obra (A Terra, O Homem, A Luta). Os grupos trabalharam os conteúdos relevantes do autor, relatando os pontos críticos e analises do período e momento que foi escrito o livro. Feito isso, no decorrer das semanas, finalizamos a aula com um debate analítico sobre os três principais capítulos do livro – A Terra, O Homem, A Luta - e sua respectiva contextualização com o Brasil atual, no que diz respeito a erradicação da miséria, da ignorância e da violência.
Dessa forma pudemos observar que ao elaborar um plano de aula, devemos programar todas as nossas atividades, ou seja, planejar cada etapa de ensino consequentemente ao aprendizado. O plano de aula racionaliza as atividades do professor e do aluno, possibilitando melhores resultados e maior produtividade do ensino.

CONCLUSÃO

Neste trabalho abordamos como assunto, o livro Os Sertões de Euclides da Cunha e como elaborar uma aula utilizando essa Obra. Em virtude do que foi pesquisado e analisado, foi feito um estudo sobre alguns aspectos como contextos históricos, literários, vida e obra do autor. Fizemos uma breve apresentação aos alunos do que se tratava o livro e de quem foi Euclides da Cunha. Concluímos que é importante fazer junto com os alunos um estudo sobre a vida do autor e o período histórico em que ele viveu para poder auxiliar os alunos a compreenderem a Obra.
Cumprimos todos os objetivos que tínhamos proposto, porque utilizamos como base para a aula alguns livros de críticos literários e artigos científicos pesquisados na internet.
Este trabalho foi muito importante para podermos perceber como é relevante uma boa introdução no que se refere à contextualização da vida do autor, o período em que a Obra foi escrita e a demonstração de trechos da mesma, tudo isso para que os alunos se sentissem motivados a ler o livro e se dedicassem realmente a compreender Os Sertões e as motivações de Euclides da Cunha em escrevê-lo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 43 ed. – São Paulo :Cultrix, 2006.
MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 29 ed. rev. e ampl. – São Paulo: Cultrix, 2012.
Biografia de Euclides da Cunha. e-Biografias. Disponível em: http://www.e-biografias.net/euclides_cunha/ Acesso em: 01 de novembro de 2015.
Os Sertões – Filme (HD). You Tube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XJZ26VW81ZE Acesso em: 01 de novembro de 2015.
Blog da sala de Letras (Português/Inglês) do 5º e 6º período da Universidade Paulista. Disponível em: https://linguaportuguesamorfossintaxeeensino.blogspot.com.br/ Acesso em 23 de novembro de 2015.
 
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